Delegação de médicos venezuelanos com o Papa


Cidade do Vaticano (RV) - Na próxima quinta-feira (09/05), o Papa Francisco receberá uma delegação de médicos venezuelanos, que informarão o Pontífice sobre a gravidade da crise "humanitária, sanitária e clínica" vivida no país.

A informação é do Dr. Gotardo Ardila, expoente da Federação Médica da Venezuela, durante a Assembleia dos trabalhadores da saúde do setor público e privado, realizado em Tachira. O médico antecipou que o objetivo do encontro é informar o Papa sobre esta situação específica e não tratar de temas políticos, que não são da competência da Federação.

Falta de remédios

No mesmo sentido pronunciou-se o Presidente da Federação, Dr. Douglas León Natera. Ao ilustrar a gravidade da situação, em particular a falta de remédios básicos, reconheceu que em família - concretamente em relação a sua mãe, de 95 anos - viu-se obrigado a fazer uso de remédios veterinários.

Faltam pelo menos 40 remédios essenciais, disse o médico. Nas farmácias - observou - encontra-se somente cinco remédios de uso habitual. Em particular, faltam remédios oncológicos, antidoloríficos e de emergência para "cardiopatas" e "diabéticos". O Presidente da Federação falou de uma verdadeira "tragédia sanitária".

Crise atinge os mais vulneráveis

A dramática situação econômica e social, com inflação de mais de 700%, serviços precários e fome, atinge em particular as faixas mais vulneráveis da população venezuelana. A crise que atinge o país neste último ano tem repercussões também à nível da alimentação.

Segundo o l’Osservatore Romano, no último semestre de 2015 e em 2016, a má nutrição infantil atingiu 30% da população. Os dados são resultado de uma pesquisa realizada com 4 mil crianças, examinadas em diversas escolas do país.

A maior parte das famílias não têm dinheiro para comprar alimentos. Em meio ao desespero, o saque a mercados passa a ser solução emergencial. Neste contexto, 25% das crianças viram-se obrigadas a abandonar a escola por não ter o que comer.

Igreja Católica

A Igreja Católica - como declarou recentemente o Presidente da Conferência Episcopal, o Arcebispo de Cumaná, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, está sempre mais preocupada pela "gravíssima situação no país" e não se cansa de alertar para os perigos da "explosão social da violência". (JE/OR) 








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