Dom Patrón Wong: Jubileu dos Sacerdotes, ocasião para renovação


Cidade do Vaticano (RV) - O Jubileu dedicado aos sacerdotes e aos seminaristas teve início esta quarta-feira, 1° de junho. De fato um evento especial, que terá seu ponto alto na sexta-feira, com a Missa presidida na Praça São Pedro pelo Papa Francisco. No dia anterior, o Pontífice guiará um retiro espiritual para os sacerdotes, com três meditações ao longo do dia: na Basílica São João de Latrão, após na Basílica Santa Maria Maior e por fim na Basílica São Paulo fora-dos muros (As meditações serão transmitidas ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português às 05h, 07h e 11h, horário de Brasília). Sobre o significado deste Jubileu dos Sacerdotes a Rádio Vaticano entrevistou o Secretário para os Seminários da Congregação para o Clero, Mons. Jorge Carlos Patrón Wong:

"O Papa Francisco decidiu, antes de tudo, que neste Jubileu os sacerdotes e os seminaristas devem cuidar de si mesmos, parem um momento em meio às tantas atividades pastorais, para ter um pouco de repouso, de alívio, de restauração no coração do Bom Pastor, nos braços da Misericórdia do bom Deus. É também uma grande oportunidade para fixar novamente o olhar na pessoa de Jesus, para contemplar em Jesus este grande amor, esta misericórdia, esta caridade pastoral, para agradecê-lo pelas tantas maravilhas que fez por nós. E fez estas maravilhas em nós, não porque somos bons ou merecedores do seu amor, mas porque Ele é misericordioso, nos ama, tem uma bondade imensa. E nós temos consciência da nossa fraqueza e pobreza, por isto temos necessidade da Misericórdia de Deus. Um terceiro ponto, muito importante, é recomeçar novamente, responder de novo com generosidade a este chamado divino. É uma grande oportunidade para renovar-nos, para pegar novamente este perfume do Bom Pastor, partilhá-lo com o nosso povo, para receber novamente a efusão do Espírito Santo e renovar as nossas forças, a coragem, o entusiasmo e fazermo-nos próximos a todos".

RV: O Papa Francisco sempre reitera que os sacerdotes devem ser pastores da Misericórdia, não burocratas da fé. Por que esta insistência?

"Porque cada sacerdote é a primeira pessoa tocada pela Misericórdia de Deus. Não se pode entender nenhuma vocação ao ministério do serviço sacerdotal se não se é tocado pelo amor misericordioso de Deus Pai. Este amor, porém, nos transfigura, nos transforma, nos move, nos preenche de alegria. Estes três elementos são muito existenciais na vida de cada seminarista e sacerdote, tocados pela Misericórdia de Deus, transfigurados pela Misericórdia de Deus e preenchidos de uma alegria, de um sentido profundo da vida".

RV: Francisco fará na quinta-feira três meditações em três Basílicas papais e na sexta-feira a Missa na Praça São Pedro. Uma verdadeira "imersão total", se poderia dizer, de ensinamento, da catequese sobre a Misericórdia para os sacerdotes; um evento realmente extraordinário.....

"É uma "full immersion", porque o coração do Papa Francisco está mergulhado no coração de Jesus Bom Pastor, está mergulhado no coração de cada pastor, de cada sacerdote, de cada seminarista. O Papa Francisco nos quer tão bem, reza por nós, dá tantos conselhos concretos, conhece muito as fadigas, as aspirações, os desafios, os sofrimentos, as alegrias de cada coração sacerdotal e de cada coração de seminarista. É por isto que durante estas três meditações e depois, na Eucaristia, o coração do Papa Francisco, que é um coração de um Bom Pastor, se dirigirá, se abrirá totalmente a outros corações que também são corações de pastores".

RV: O senhor tem no Dicastério para o Clero a responsabilidade pelos seminários. O que mais lhe toca ao encontrar os seminaristas de todo o mundo, neste Ano Santo da Misericórdia?

"Sobretudo me toca o fato de  que os jovens de hoje conhecem todos os desafios, todas as dificuldades, todas as problemáticas dento da Igreja e fora da Igreja, na sociedade. São jovens corajosos, alegres, que encontraram no chamado de Jesus uma grande aventura de vida, de amor, o sentido profundo de compartilhar uma realidade que é muito maior que o próprio coração: o amor de Cristo! Encontrei nos jovens este desejo de fazer uma transfiguração interna, porque é interior, mas sempre com os outros. Vejo sempre sacerdotes, seminaristas, que são como amigos, como irmãos que percorrem um caminho juntos. Sempre servir, amar as outras pessoas. O amor que recebemos de Cristo, queremos torná-lo realidade cotidiana no serviço concreto, pastoral. Com todos os nossos limites, damos o melhor, para que o Senhor nos use como exemplos, humildes instrumentos para levar o amor e a alegria do Senhor, a alegria do Evangelho". (JE/AG)








All the contents on this site are copyrighted ©.