Congresso Mundial de Scholas Occurrentes


Cidade do Vaticano (RV) - Teve início nesta sexta-feira (27/05), na Casina Pio IV, sede da Pontifícia Academia das Ciências, no Vaticano, o VI Congresso Mundial de Scholas Occurrentes.

Esta rede internacional de escolas nasceu em Buenos Aires, Argentina, 20 anos atrás, por vontade do então arcebispo dessa cidade Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco. A Organização Internacional de Direito Pontifício Scholas Occurrentes foi aprovada pelo pontífice em 13 de agosto de 2013.

O congresso debate o tema “Cátedras Scholas: entre universidade e escola. Um muro ou uma ponte” e reúne representantes de 40 universidades de todo o mundo. O seminário se concluirá na tarde do próximo domingo, 29, com a audiência do Santo Padre.

A conferência debate o pensamento educacional do Papa Francisco e sua concretização na proposta de Scholas. Também serão apresentados projetos da plataforma Scholas Social.

Em entrevista à nossa emissora eis o que disse o diretor e fundador de Scholas Ocurrentes, José María del Corral:

Corral: “Quando nasce ‘Scholas’, nasce fazendo uma primeira experiência entre os jovens das escolas católicas junto com os jovens das escolas judaicas e escolas muçulmanas. Esta foi a primeira tarefa, o primeiro desafio que me foi confiado quando tudo isso nasceu, 20 anos atrás. Fui à Comunidade Judaica e perguntei se poderia me ajudar a formar um grupo de jovens adolescentes judeus. Depois, com os jovens católicos e os jovens judeus juntos, fomos ao Centro Islâmico, na Argentina, e formamos outro grupo composto por muçulmanos. Ali nasceu a primeira experiência da ‘escola próxima’, antes da crise que a Argentina viveu. Estes jovens, juntos, começaram a pensar projetos para enfrentar a crise. A vida real os educava. A vida cotidiana, a família e a cultura. Por isso, quando Bergoglio, naquele momento, viu que os jovens eram capazes de pensar um projeto juntos, não obstante vivessem numa sociedade em que os adultos brigavam uns com os outros, disse: ‘Evidentemente, a mudança profunda passa pelo compromisso dos jovens!’ São mentirosos os que afirmam que os jovens são apáticos e indiferentes!’ Uma vez Papa, Bergoglio se deu conta de que a crise não dizia respeito somente à América Latina, mas que a crise educacional e da juventude era mundial. Por isso, nos convocou novamente em 13 de agosto de 2013. Desta casa foi lançado o primeiro chamado de Scholas Occurentes.” 

No encontro se apresentam as “Cátedras Scholas”. O senhor pode explicar esta nova iniciativa?

Corral: A “Cátedra Scholas” é um espaço em que se encontram o âmbito acadêmico e da reflexão com o âmbito do trabalho e das necessidades que possuem as comunidades educacionais, as escolas locais. Existem mais de 500 projetos sociais e educacionais que já estão presentes na rede. Existem projetos que tem a ver com a problemática dos refugiados, com as escolas que não possuem, por exemplo, água potável para os seus alunos ou escolas que devem enfrentar todos os tipos de limites e que esperam e precisam de acompanhamento e ajuda. Por isso, pegamos essas experiências, essas 500 experiências, para que 42 universidades do mundo, de todas as religiões, de todos os continentes possam conhecê-las e assumir um compromisso de 12 meses, nos quais dizer: ‘Quero acompanhar essa experiência com a minha universidade’. Acreditamos que isso possa construir uma ponte efetiva e não baseada somente em debate, mas também partindo da própria realidade. Partir dessa experiência, agora, no momento em que nasce, e ver qual será o impacto, o resultado daqui a 12 meses. Depois de um ano nos encontraremos novamente aqui e diremos o que aconteceu nessa experiência.”

Quanto é importante a contribuição do Papa Francisco hoje, de Arcebispo Bergoglio ontem, para a metodologia e pedagogia de Scholas?
 
Corral: “É essencial! É como a videira com os seus ramos. Seria impossível pensá-las sem Francisco, a sua linfa permanente: semanalmente ele dedica atenção a tudo isso. Faz parte de sua vida cotidiana. Acompanha isso porque, como ele mesmo disse, não está comprometido somente com a cabeça, ‘mas com todo o meu  coração, com aquilo que sou’. Francisco acredita que se não mudarmos realmente a educação, não conseguiremos mudar o mundo.” (MJ)

 








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