Ilha de Creta prepara-se para acolher o Concílio Pan-Ortodoxo


Cidade do Vaticano (RV) – As Igrejas Ortodoxas ultimam os detalhes para a realização do Concílio Pan-ortodoxo que terá lugar na Ilha grega de Creta, de 19 a 26 de junho, e que reunirá pela primeira vez, após 12 séculos, todas as 14 Igrejas do Oriente.

Patriarcas e Arcebispos participantes

Participarão do Concílio, entre outros, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I; o Patriarca de Alexandria, Theodoro; o Patriarca de Antioquia Iohannes; o Patriarca de Jerusalém Theophilos; o Patriarca Kirill de Moscou; o Patriarca da Sérvia Irinej; o Patriarca Daniel da Romênia; o Patriarca Neophyte, da Bulgária; o Patriarca Ilia da Geórgia; o Arcebispo de Chipre Chrysostomos; o Arcebispo Ieronimus de Atenas e de toda a Grécia; o Metropolita Sawa de Varsóvia e de toda a Polônia; o Arcebispo Anastasios da Albânia;  e o Arcebispo Rastislav, da República Tcheca e Eslováquia. 

Preparação

Ao final da segunda reunião preparatória realizada nos dias passados, ficou definido que os trabalhos propriamente ditos terão início na segunda-feira, sendo precedidos no dia 19 – Domingo de Pentecostes segundo o Calendário  Juliano – por duas celebrações das quais tomarão parte todos os Primazes das Igrejas Ortodoxas locais. A primeira liturgia terá lugar na Catedral de São Mena em Candia, capital da ilha. A segunda, à tarde, na Igreja de São Tito.

Site

Durante a reunião, presidida pelo Metropolita da Suiça, Jeremias, os membros do Secretariado encarregado pela preparação do Concílio, trataram diversos temas pertinentes ao evento, como as questões relativas ao Protocolo, aos procedimentos a serem adotados e ao funcionamento do site dedicado ao evento, assim como o credenciamento dos jornalistas.

Creta

Inicialmente era previsto que o Concílio se realizasse em Istambul, sede do Patriarcado de Constantinopla. No entanto, a turbulência nas relações diplomáticas entre Rússia a Turquia - causada pela guerra na Síria - assim como as complexas relações entre a Igreja da Grécia e o Patriarcado de Constantinopla, ou ainda a ruptura na comunhão entre as Igrejas Ortodoxas locais de Antioquia e Jerusalém,  fizeram a escolha recair sobre a ilha grega.

Não obstante os dissensos, a meticulosa e intensa preparação do encontro fizeram prevalecer o desejo de reiterar que a unidade da Igreja Ortodoxa é um valor precioso e buscado por todos os Patriarcas.

Evento histórico

Ao falar do Concílio na mensagem enviada aos jovens reunidos em Valência para o Encontro Europeu de Taizé realizado em dezembro de 2015, o Patriarca Bartolomeu I pediu orações “para que testemunhando a vitalidade da Igreja Ortodoxa e a unidade de seus membros, possa também agir para a aproximação dos cristãos e à sua unidade redescoberta”. “Trata-se de um evento histórico na nossa Igreja”, afirmou.

Os desafios

Em declarações à Agência SIR, o membro da Comissão Teológica Internacional e da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, Dom Piero Coda,  afirmou que “o evento é histórico, antes de tudo porque é a primeira vez na história que, depois da ruptura da plena comunhão entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla em 1054, realiza-se um Concílio que reúne os Patriarcas e os representantes de todas as Igrejas Ortodoxas”. Para ele, os desafios são, “por um lado, promover o consenso entre as Igrejas irmãs da ortodoxia que se reconhecem em comunhão na mesma fé, mas ao mesmo tempo gozam cada uma de autonomia e são fortemente radicadas em específicos contextos nacionais, culturais e sociais; e por outro, encontrar a convergência sobre alguns questões canônicas e pastorais de fundo, no respeito destas peculiaridades históricas e das não pequenas questões políticas que envolvem as regiões do mundo onde estas Igrejas vivem. É de máxima relevância o fato de que as Igrejas da ortodoxia possam reafirmar e promover a comunhão entre elas como premissa e trampolim de salto para uma aceleração do caminho de unidade com a Igreja Católica”.

Superar obstáculos

Neste caminho de superação dos obstáculos entre a ortodoxia e o catolicismo, deve-se recordar o recente encontro entre o Patriarca Kirill e Francisco realizado em Havana em fevereiro do corrente e a visita aos refugiados na Ilha grega de Lesbos em abril, que reuniu o Papa Francisco, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I e o Arcebispo Greco-ortodoxo de Atenas, Ieronimus. (JE/IS/Oss.Rom) 








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