De um tempo a esta parte as comunidades rurais do sul de Angola, fundamentalmente das províncias do Cunene e Namibe, têm manifestado preocupações face a onda de expropriação de terras por indivíduos com algum poderio económico.
Dom Dionísio Hisilinapo, bispo da diocese do Namibe, denunciou o fenómeno e afirmou que a forma como está a ser conduzido o processo de expropriação faz com que a população pense que o país está diante do regresso dos colonizadores.
No Cunene, por exemplo, o processo de expropriação de terras é acompanhado por agressões físicas, de acordo com o cidadão Isaías Sipangeli, residente do município do Curoca, uma das regiões afectadas.
E o padre Pio Wakussanga, pároco da comunidade de Nossa Senhora de Fátima dos Gambos, província da Huila, disse que o processo negocial entre os supostos empresários, até aqui não identificados, e os nativos é coroado de muitas injustiças.
Em reacção o Director Nacional da Administração Local do Estado angolano, Belisário dos Santos, disse que as terras em conflito são áreas identificadas pelo governo para a implementação de projectos ligados à produção alimentar no âmbito da diversificação da economia e o problema deve ser resolvido com justiça e à luz da lei.
Os nativos do sul de Angola são fundamentalmente pastores de gado, daí a preocupação com a zona de pastorícia.
De Luanda para a Rádio Vaticano, Anastácio Sasembele, paz e bem.
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