Iraque: Daesh ataca povoado cristão na Planície do Nínive


Bagdá (RV) – Nas primeiras horas desta terça-feira, 3, milícias do Estado Islâmico realizaram um pesado ataque contra o povoado cristão de Teleskuf, nas proximidades de Alqosh, Planície do Nínive, provando grandes danos. A região tornou-se há dois anos o bastião do grupo jihadista no Iraque. Um comunicado do Patriarcado caldeu, reportado pela Agência Asianews, informa que no ataque foram feridos alguns cristãos, que faziam a guarda na entrada do vilarejo. Os feridos foram transportados aos hospitais da região.

Grupos cristãos responsáveis pela vigilância

As comunidades cristãs da Planície do Nínive abandonaram suas casas e seus povoados entre junho e agosto de 2014, em concomitância com a ascensão do Daesh (acrônimo árabe para Estado Islâmico) na região. Em particular, os habitantes de Teleskuf haviam fugido em agosto, buscando refúgio em Irbil e em outras áreas do Curdistão iraquiano. Alguns meses mais tarde (final de 2014), os milicianos jihadistas recuaram abandonando a área, que passou ao controle dos Pershmerga (combatentes curdos), evitando a sua destruição. Já há algum tempo o controle e a proteção da área foi confiado a grupos cristãos, que acabaram envolvidos no ataque desta manhã.

A Igreja Caldeia teme que confrontos possam provocar novos refugiados

Fontes do Patriarcado caldeu manifestaram à Asianews profunda preocupação “pela presença do Estado Islâmico no povoado” e pelas destruições provocadas. O temor é de que os confrontos e as violências possam se estender aos povoados vizinhos, obrigando os cristãos a fugir novamente. Para complicar o quadro, existe a possibilidade “de que possam existir ainda mais refugiados”, somando-se “ao grande número que já existe” e que são apoiados e assistidos. “Fazemos um apelo às pessoas de boa vontade – conclui a nota do Patriarcado – para que cessem estes atos de terrorismo”.

Advertência do Patriarca Sako à classe política e institucional iraquiana

A situação no Iraque não parece, portanto, melhorar. Hoje também os cristãos acabaram na mira dos jihadistas do Califado. Nos dias passados, o Patriarca Louis Raphael Sako havia advertido duramente a classe política e institucional iraquiana, pela incapacidade de implementar um programa “compartilhado” de renascimento do país. Precedentemente, o Auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon Warduni, havia afirmado que o Iraque chegou “no momento mais baixo” de sua história”. (JE)








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