Coleta para a Ucrânia: missão de Dom Toso em Kiev


Kiev (RV) - Realizou-se no último domingo (24/04), em todas as Igrejas da Europa, a pedido do Papa Francisco, a coleta em favor dos povos ucranianos, atingidos pelo conflito.


 
A Santa Sé está implementando ações específicas em benefício de toda a população a fim de enfrentar a emergência humanitária. Para esta finalidade, foi instituída uma comissão local para avaliar os projetos que serão financiados.
 
O Pontifício Conselho Cor Unum administrará os fundos da coleta. O do secretário desse organismo vaticano,  Dom Giampietro Dal Toso, voltou recentemente de Kiev, capital da Ucrânia, e entrevistado pela nossa emissora falou sobre os objetivos de sua viagem ao país.

Dal Toso: “A mia missão se insere no âmbito da grande iniciativa promovida pelo Papa Francisco em favor da Ucrânia. Sabemos que o Papa fez dois grandes apelos por uma coleta, cuja soma arrecadada beneficiará toda a população ucraniana. A Igreja quer realizar esta grande ação humanitária num momento em que a Ucrânia está vivendo uma situação difícil, sobretudo do ponto de vista econômico, e uma grande camada da população sofre por causa desta situação objetivamente crítica. Eu estive nos últimos dias em Kiev, para encontrar pessoas e o mínimo de estrutura que irão ajudar a realizar no local a intenção do Papa Francisco, que é exatamente a de ajudar a população. Nesta primeira fase, a ajuda que levaremos será, sobretudo, humanitária a fim de satisfazer as primeiras necessidades das pessoas que são: ter alimento, um teto, roupas e medicamentos para se curar.” 

A coleta será destinada a quem, concretamente?

Dal Toso: “A coleta será destinada concretamente às pessoas carentes, evidentemente sem nenhuma distinção de pertença religiosa, étnica ou cultural, como diz a tradição da Igreja e a natureza desta iniciativa que o Papa desejou. Ajudar todos aqueles que precisam e atender suas necessidades.” 

Esta iniciativa teve um valor ecumênico?

Dal Toso: “Certamente, porque primeiramente contou com a  colaboração de outras Igrejas cristãs que se disponibilizaram a ajudar e a identificar as necessidades; e também porque será uma iniciativa que beneficiará a todos. Portanto, terá um valor positivo nas relações com as Igrejas ortodoxas e dentro da própria Igreja Católica.”

Qual foi a resposta das autoridades ucranianas?

Dal Toso: “Encontrei grande apreço da parte das autoridades por esta iniciativa e também uma disponibilidade de colaboração dentro das possibilidades. Digo, porém, que esta iniciativa do Papa teve um grande sucesso pelo fato de que no domingo, 24 de abril, em toda a Europa, se falou desta situação infelizmente esquecida. A Ucrânia está vivendo um conflito no silêncio geral e milhões de pessoas estão sofrendo no silêncio total. O fato de que tenha se realizado essa coleta não serviu somente para coletar dinheiro, mas sobretudo, para sensibilizar a nossa Europa aos problemas que estamos vivendo dentro da própria Europa.” 

O senhor visitou um campo de refugiados. Como foi esta experiência?

Dal Toso: “Devo dizer que foi o que mais me tocou. Na realidade, se trata de um prédio onde vivem mais de 100 pessoas, pessoas normais, que tinham suas atividades, suas casas e que de um dia para o outro foram obrigadas a fugir para salvar suas vidas. O que me toca é a precariedade total da situação dessas pessoas que não sabem o que acontecerá amanhã e o que podem fazer hoje, num horizonte completamente desconhecido. São pessoas que vivem esperando um amanhã que não sabe o que irá lhes trazer. Acredito que esta falta de perspectivas seja a condição mais difícil, que mais fere e causa sofrimento, além das dificuldades cotidianas da vida.”

Eles apreciaram a iniciativa do Papa?

Dal Toso: “Certamente! Visitei os refugiados junto com o Núncio Apostólico, Dom Gugerotti, e vi imediatamente que chamou a atenção o fato de membros da Igreja irem visitar e saudar os refugiados”. (MJ)

 








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