Mensagem dos bispos venezuelanos sobre dramática situação vivida no país


Caracas (RV) – Definem como “gravíssima” a situação no país, pedem à população para não cair na tentação da luta violenta e exortam os políticos a deixar de lado interesses particulares e a pensar no bem da população. Este é, em síntese, o teor do documento dos bispos venezuelanos, ao avaliarem as dramáticas condições sociais, econômicas e políticas pelas quais atravessa a nação.

Crise econômica e energética

A queda do preço do petróleo provocou uma crise econômica de enormes proporções no país e a vitória da oposição nas eleições parlamentares causou uma estagnação política e econômica, devido aos vetos recíprocos entre o Presidente Nicolás Maduro e a nova maioria parlamentar. As autoridades civis decidiram reduzir os dias trabalhados durante a semana e suspender o fornecimento elétrico por quatro horas a cada dia com o objetivo de poupar energia. Neste contexto, os bispos lançam um apelo para que seja encontrada uma solução, ao mesmo tempo em que reafirmam a proximidade da Igreja – na caridade e na solidariedade – àqueles que passam por sofrimentos e vivem na pobreza.

Falta de gêneros alimentares de primeira necessidade e medicamentos

“Façamos nossas as angústias de nosso povo, do qual somos servidores, escreve a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV). Nunca como agora, nós venezuelanos sofremos a extrema carência de gêneros alimentares e remédios de primeira necessidade, junto a outros males como o recrudescimento da delinquência assassina e desumana, o racionamento da luz e da água e a profunda corrupção em todos os níveis de governo e da sociedade”.

Ser sujeitos pacíficos e ativos

 “Queremos chamar a atenção da população – escrevem os prelados – para que não se deixe manipular por quem se oferece para mudar a situação por meio da violência social e nem mesmo por quem exorta à resignação e à paciência, em silêncio, das injustiças”. Não se deve assim, cair “no medo que paralisa e no desespero, como se não existisse um futuro” – sublinha a mensagem – “não se deve ser cidadãos passivos, mas sujeitos pacíficos e ativos, para agir como protagonistas das transformações da história e da cultura”.

Poder político: deixar interesses particulares de lado

Dirigindo-se, após, ao poder político, os bispos convidam a “ouvir com respeito a voz do povo”; por isto, quer os representantes próximos a Maduro, quer a maioria parlamentar, “devem expressar a sua séria preocupação por todo o povo, sem deixar-se distrair por interesses de partido e particulares”.

Trabalhar na promoção do diálogo. A caridade deve estar em primeiro lugar

“Advertimos também aqueles que se aproveitam da situação, explorando as necessidades dos outros, pois isto é um crime e um pecado mortal!”, afirmam os prelados. Pelo contrário, “este é o momento de demonstrar que existe uma vontade de defender o bem comum e os verdadeiros interesses de cada cidadão da Venezuela”. Neste contexto, o convite às instituições políticas à promoção do encontro e do diálogo, em favor da convivência nacional. Por fim, as dioceses, as paróquias, os institutos religiosos, as associações católicas do país, são exortadas a “colocar urgentemente em primeiro lugar as suas ações de caridade”. (JE/IP)








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