"Amoris laetitia" apresentada às representações diplomáticas


Cidade do Vaticano (RV) - O fórum das organizações católicas com atividade de representação junto às realidades internacionais com base em Genebra, na Suíça, realizou no Vaticano um Simpósio para apresentar aos membros do corpo diplomático junto à Santa Sé e aos líderes de Ongs internacionais a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, Amoris laetitia, sobre o amor na família.

Estiveram presentes na explicação acerca do valor universal do documento sobre a família, o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, e o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, Dom Ivan Jurkovic.

“A Igreja não deve ser reticente no anunciar o ideal do matrimônio, mas a comunicação do Evangelho da família deve voltar a atrair os jovens casais que devem unir-se abrindo-se à sociedade e não debruçando numa visão meramente romântica do amor.”

Falando às representações diplomáticas, Dom Paglia fez suas as palavras do Papa Francisco sobre a família na Exortação Amoris laetitia. Tratou-se de um pronunciamento todo ele voltado para demonstrar a participação fundamental da família para a construção do bem comum. Se a família está mal, está mal toda a sociedade, ressaltou Dom Paglia:

A Amoris laetitia é a síntese de um caminho sinodal que requer de todos uma nova consciência não somente em relação à família, mas também numa nova imaginação da Igreja que deve ser, ela mesma, familiar no acompanhar estes jovens rumo ao crescimento tendo altos ideais.”

A universalidade da família e seu papel em todos os Estados nacionais foi reiterado também pelo observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, Dom Jurkovic, o qual recordou o trabalho da Igreja católica na defesa da família natural, que é cada mais objeto de revisões de caráter ideológico nos tratados internacionais. Uma ação de tutela e promoção da antropologia familiar que adquire um aspecto dialógico e positivo graças à Exortação do Pontífice:

O nosso problema é um desafio: falar somente àqueles que nos escutam não é suficiente, não é mesmo? É preciso falar com uma linguagem aberta.

Alguns embaixadores apresentaram seu ponto de vista, muito diferente, mas num tom respeitoso. Todos sabem muito bem que com os valores fundamentais não se deve brincar. Para nós são novas bases para o diálogo, assim como o são para uma embaixada, para uma missão diplomática. São todas preciosas.

O documento sobre a família torna-se, portanto, instrumento de cotejamento nas sedes internacionais, como ressalta ainda Dom Jurkovic:

As organizações internacionais não são entidades autônomas; são representantes de governos individualmente considerados, como ressalta ainda observador permanente da Santa Sé em Genebra.

As organizações internacionais não são entidades autônomas; são representantes de cada governo. Devemos fazer esse cotejamento não somente mediante o diálogo entre Igreja e Estado em cada país, mas encontrar um diálogo concernente a matérias como o matrimônio sem associar-se a ninguém, promover uma linha que traga equilíbrio e clareza naquilo que é o conflito derivante da introdução destas novas tecnologias antropológicas que certamente são, em grande parte ou completamente, inaceitáveis para a Igreja católica.

Nós como estrutura diplomática da Santa Sé temos esta vantagem de propor as ideias também em nome de muitos outros. Penso que isto seja muito apreciado, talvez também por outros Estados que não partilham totalmente a nossa posição, mas são próximos do ponto de vista da visão antropológica ou tradicional ou “natural”, como se diz, ponderou Dom Jurkovic. (RL)








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