2016-04-18 11:59:00

Semana do Papa de 11 a 17 de abril


 

Nesta “Semana do Papa” especial destaque para a visita aos refugiados na ilha de Lesbos na Grécia. O Papa agradeceu a generosidade dos gregos e afirmou que as barreiras criam divisões e a solução para o problema é a colaboração entre os países, as organizações internacionais e as instituições humanitárias.

Foi uma visita comovente de valor humanitário e ecuménico que contou com a presença do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia Hieronymos. No final o Papa Francisco surpreendeu com um gesto simbólico: trouxe 12 refugiados sírios para o Vaticano.

Mas começamos esta nossa “Semana do Papa” com o essencial de uma das homilias do Papa na Missa em Santa Marta e logo a seguir uma síntese da audiência geral na Praça de S. Pedro na quarta-feira dia 13 de abril.

Perseguições são pão-nosso de cada dia da Igreja

Terça-feira, 12 de abril – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que as perseguições são o pão-nosso de cada dia da Igreja. Umas são violentas, outras são mais educadas e baseadas em leis.

O que aconteceu a Estevão e é descrito pela liturgia do dia na leitura dos Atos dos Apóstolos, também hoje acontece a tantos mártires que são mortos pela sua fé em Cristo – declarou o Santo Padre na sua homilia: “A perseguição é o pão-nosso de cada dia da Igreja”.

Francisco observou ainda que quando fazemos turismo em Roma e “vamos ao Coliseu”, pensamos que os mártires eram aqueles “mortos com os leões”. Mas, os mártires – continuou o Papa – “são homens e mulheres de todos os dias” como aqueles “cristãos que festejavam a Páscoa no Paquistão, foram martirizados”.

Não a religiosidade de fachada, misericórdia é salvação

Quarta-feira, 13 de abril – audiência geral com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. Largos milhares de fiéis saudaram o Santo Padre e ouviram a sua catequese sobre a necessidade de misericórdia e não de sacrifícios.

Partindo da passagem do Evangelho que nos conta a vocação de Mateus, Francisco considerou ser essa uma grande lição que nos recorda que a Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de discípulos que seguem o Senhor porque se reconhecem pecadores e necessitados do seu perdão. “Porque todos somos pecadores” – disse o Santo Padre recordando mesmo uma expressão significativa: “Não há santo sem passado e não há pecador sem futuro”.

Mateus era um publicano, coletor de impostos, considerado um pecador público. Ao chamá-lo, Jesus mostra aos pecadores que não olha para o seu passado, condição social ou convencionalismos exteriores. “Ele não quer uma religiosidade de fachada” – lembrou o Papa – uma religiosidade como a dos fariseus, e lembra-lhes que Deus quer a misericórdia e não o sacrifício.

O Santo Padre afirmou ainda que Jesus oferece um futuro novo a quem aceita o seu convite com um coração humilde e sincero. Um futuro no qual nos sentamos na sua mesa: a mesa da Palavra e da Eucaristia onde Ele nos nutre com o seu corpo e renova a graça do Batismo.

Porque “todos somos discípulos que têm necessidade de experimentar e viver a palavra consoladora de Jesus. Todos temos necessidade de nutrirmo-nos da misericórdia de Deus, porque é dessa fonte que brota a nossa salvação” – disse o Papa no final da sua catequese.

Papa em Lesbos: barreiras criam divisões, solução é colaborar

No sábado dia 16 de abril histórica visita de Francisco aos refugiados na ilha de Lesbos na Grécia. Um visita de caráter humanitário e ecuménico e com o Santo Padre estiveram o Patriarca Ecuménico de Constantinopla Bartolomeu I e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia Hieronymos.

A acolher o Papa no aeroporto esteve o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras tendo-se encontrado em privado com Francisco para falar sobre a crise dos refugiados e dos migrantes, em particular na ilha de Lesbos – segundo informou o padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Neste curto encontro com Tsipras o Papa agradeceu a atitude humana e generosa do povo grego para com os refugiados apesar da difícil situação económica do país. O Santo Padre considerou mesmo que a Grécia, berço da humanidade, continua a dar um exemplo de humanidade e generosidade.

Por sua vez , Alexis Tsipras agradeceu a visita do Papa invocando a mensagem de Francisco contra a guerra e o seu convite ao acolhimento num momento em que outros líderes cristãos erguem barreiras na Europa – disse Tsipras.

Nesta visita do Papa a Lesbos as imagens valem mais do que as palavras no encontro comovente do Santo Padre com os refugiados no campo de Moria, em particular com as crianças.

No discurso que proferiu no porto da ilha de Lesbos, o Papa recordou todos aqueles que perderam a vida no mar, agradeceu o acolhimento dos gregos e pediu a criação de pontes de humanidade na Europa para resolver o problema dos refugiados. Francisco considerou ainda que “as barreiras criam divisões, em vez de ajudarem ao verdadeiro progresso dos povos, as divisões mais tarde ou mais cedo provocam conflitos.”

O Santo Padre pediu colaboração entre os países, as organizações internacionais e as instituições humanitárias e afirmou que é preciso contrariar o tráfico das armas:

“Por isto é preciso contrariar com firmeza a proliferação e o tráfico das armas e as suas tramas ocultas; sejam privados de qualquer apoio todos quantos perseguem projetos de ódio e violência. Pelo contrário, seja promovida sem descanso a colaboração entre os países, as organizações internacionais e as instituições humanitárias, não isolando mas apoiando quem enfrenta a emergência.”

No avião de regresso a Roma o Papa Francisco fez um gesto concreto, simbólico e surpreendente de ajuda aos refugiados. A bordo com a restante comitiva papal viajaram 3 famílias de refugiados sírios, 12 pessoas no total, de entre as quais 6 menores. Todos são fiéis de religião muçulmana. 

“O Papa quis realizar um gesto de acolhimento em relação aos refugiados. São pessoas que já estavam em Lesbos antes do acordo entre a União Europeia e a Turquia” – precisou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

As negociações, para o seu acolhimento em Roma, foram intermediadas pela Secretaria de Estado junto das autoridades gregas e italianas. Duas das famílias são originárias de Damasco e a outra de Deir Azzor – região ocupada pelos extremistas do autoproclamado Estado Islâmico: as três famílias tiveram as suas casas destruídas pelos bombardeamentos.

“A hospitalidade e a ajuda às famílias ficarão a cargo do Vaticano. A hospitalidade inicial será garantida pela Comunidade de Santo Egídio” – informou o padre Lombardi.

Papa no Regina Coeli: “Vi tanta dor”

No domingo dia 17 de abril o Papa Francisco ordenou 11 sacerdotes numa Eucaristia na Basílica de S. Pedro. Na oração do Regina Coeli, o Santo Padre falou com comoção da sua visita aos refugiados na ilha de Lesbos na Grécia. “Vi tanta dor” – disse o Papa que sublinhou o facto de ter feito esta visita com o Patriarca Ecuménico de Constantinopla Bartolomeu I e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia Hieronymos.

Francisco expressou ainda a sua solidariedade para com as vítimas dos terramotos no Equador e no Japão.

E com o Regina Coeli deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 11 a 17 de abril. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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