Scalabrinianas: A Europa siga o exemplo do Papa em Lesbos


Roma (RV) - “O sinal que o Papa quis dar em sua visita a Lesbos é muito claro para todo o planeta: a emergência migratória se enfrenta com ecumenismo, solidariedade, diálogo e confronto. É o sinal daquela Igreja em saída, de missão, que todos os dias arregaça as mangas e trabalha para melhorar as condições de vida dos últimos do mundo”: foi o que disse a Superiora-Geral da Congregação de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas –, Ir. Neusa de Fátima Mariano.

Numa nota, a religiosa brasileira escreve que “a presença do Patriarca ortodoxo Bartolomeu testemunha que a Igreja de Cristo está unida. O ecumenismo pode ser uma das respostas concretas para os migrantes. Que a Europa siga o exemplo do Pontífice: abandone o projeto de construções de redes e muros e abra as próprias portas”.

Acolhida

A Superiora recorda que fugir de uma guerra é um drama emotivo, social, familiar e comunitário, significa violentar a serenidade da própria vida. “Não podemos dizer ‘não’ a essas pessoas, mas devemos dar uma resposta clara. A política europeia deve fazer o mesmo, já que – desde o pós-guerra - foi criado um Estado supranacional que sempre valorizou as políticas de respeito dos Direitos Humanos”, destaca a religiosa brasileira, que denuncia:

“Quem fecha as portas, quem omite ajuda, quem fecha os olhos diante desses milhares de pessoas desesperadas, favorece e apoia as violações dos direitos do indivíduo. Esperamos também que a viagem do  Papa a Lesbos não seja instrumentalizada, mas seja sinal eloquente para as nossas consciências, uma reflexão teológica e nos ajude a jamais cair na tentação de pensar que o terrorismo é  sinônimo de migração e, por isto, é justo fechar as fronteiras”.

Nesta segunda-feira, (18/04), cerca de 400 migrantes desapareceram no Mar Mediterrâneo. Quatro embarcações partiram do Egito e afundaram antes de chegar à costa italiana, levando a bordo sobretudo somalis, eritreus e etíopes. O episódio desta manhã ocorre quando se recorda a tragédia de exatamente um ano atrás, 18 de abril de 2015, em que 800 pessoas morreram na travessia no Canal da Sicília. (bf)








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