Papa receberá sobreviventes de Chernobyl


Moscou (RV) – O Papa Francisco receberá no Vaticano, na próxima quarta-feira, um grupo de sobreviventes da catástrofe da Central nuclear de Chernobyl, vindos da Ucrânia e da Bielorrússia, os dois países mais atingidos pela tragédia. No dia 26 de abril recorre o 30º aniversário do trágico acidente na central nuclear. A informação foi confirmada pelo Escritório de Imprensa da Igreja Greco-católica, citando a representante do Centro Internacional de Educação da cidade de Dortmund, Astrid Sahm.

O acidente

O acidente ocorreu às 1:23:58 a.m. (hora local) do dia 26 de abril de 1986, quando o  quarto reator da usina de Chernobil (então na República Socialista Soviética Ucraniana e sob responsabilidade das autoridades soviéticas) sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear. As explosões e o incêndio lançaram na atmosfera grande quantidade de partículas radioativas que se espalharam por boa parte da União Soviética e da Europa Ocidental.

Localização 

A Usina nuclear de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 km a noroeste da cidade de Chernobyl, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 km a norte de Kiev.

A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um giga watt de energia elétrica (3,2 giga watts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época do acidente.

Pior acidente da história

Chernobyl é considerado o pior acidente nuclear da história em termos de custo e de mortes resultantes, além de ser um dos dois únicos classificados como um evento de nível 7 (classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (sendo o outro o Acidente nuclear de Fukushima I, no Japão, em 2011). A batalha para conter a contaminação radioativa e evitar uma catástrofe maior envolveu mais de 500 mil trabalhadores e um custo estimado de 18 bilhões de rublos. Durante o acidente propriamente dito, 31 pessoas morreram, mas foram longos os efeitos a longo prazo, como câncer e deformidades, que ainda estão sendo contabilizados.

Sequência dos acontecimentos

A maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.

De  27 de abril a 5 de maio de 1986, cerca de 1800 helicópteros jogaram em torno de 5000 toneladas de material extintor, como areia e chumbo, sobre o reator que ainda queimava.

No dia 27 de abril de 1986, os habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados.

Em 28 de abril de 1986, às 23 horas,  um laboratório de pesquisas nucleares da Dinamarca anunciou a ocorrência do acidente nuclear em Chernobyl.

No dia 29 de abril de 1986, o acidente nuclear de Chernobyl foi divulgado como notícia pela primeira vez, na Alemanha.

Até o dia 5 de maio 1986, durante os 10 primeiros dias após o acidente, 130 mil pessoas haviam sido evacuadas.

Em 6 de maio de 1986, cessou a emissão radioativa, mas de 15 de maio a 16 de maio novos focos de incêndio e emissão radioativa foram registrados.

Em de 23 de maio de 1986, o governo soviético ordenou a distribuição de solução de iodo à população.

Em novembro de 1986, o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.

Em 1989 o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina e somente em 12 de dezembro de 2000, após várias negociações internacionais, a usina de Chernobyl foi desativada.

Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobyl, e o governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro humano.

Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, Engenheiro Chefe responsável pela realização de testes nos reatores 3 e 4, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o Diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termoelétrica a carvão. Seu Engenheiro Chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Dyatlov somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares". (JE/Wikipédia)








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