Há 11 anos, São João Paulo II "voltava para a casa do Pai"


Cidade do Vaticano (RV) - Em 2 de abril de 2005 a Sé ficava vacante. Morria - ou melhor - voltava para a Casa do Pai, quem hoje a Igreja venera como São João Paulo II. 

"O Papa João Paulo II morreu esta noite às 21h37min, em seus aposentos do Vaticano", declarou ao mundo naquele sábado à noite o, à época, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls.

Recordamos a homilia do então Cardeal Joseph Ratzinger, Decano do Colégio Cardinalício, na missa das Exéquias, em 8 de abril:

"Podemos ter a certeza de que o nosso amado Papa agora está na janela da casa do Pai, vê-nos e abençoa-nos. Sim, abençoe-nos, Santo Padre. Nós confiamos a tua amada alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e te guiará agora à glória eterna do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor".

Conclave

E, poucos dias mais tarde, durante a homilia na Missa Pro-eligendo Pontifice, antes do início do Conclave, Ratzinger pedia que o próximo Pontífice levasse todos ao conhecimento do amor de Cristo:

"Mas nesta hora, sobretudo, peçamos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos ofereça um pastor segundo o seu coração, um pastor que nos guie ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria".

Nas suas quatro passagens pelo Brasil - três viagens (1980, 1991 e 1997) e a escala técnica no Rio de Janeiro (1982), São João Paulo II pôde conhecer as mais variadas características do povo brasileiro. Assim é verdade que João de Deus tornou-se também brasileiro, carioca, baiano, gaúcho...

Em memória ao santo, recordamos as suas palavras ao se despedir do Brasil, em 5 de outubro de 1997, no Rio de Janeiro.

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Ao deixar esta terra abençoada do Brasil, eleva-se na minha alma um hino de ação de graças ao Altíssimo, que me permitiu viver aqui horas intensas e inesquecíveis, com o olhar fixo no Cristo Redentor, que domina a Baía de Guanabara, e na certeza do amparo maternal de Nossa Senhora da Penha, a proteger esta cidade querida desde o seu Santuário situado não longe daqui.

Na minha memória ficarão para sempre gravadas as manifestações de entusiasmo e de profunda piedade deste povo generoso da Terra da Santa Cruz que, junto à multidão de peregrinos provindos dos quatro cantos do mundo, soube dar uma pujante demonstração de fé em Cristo e de amor pelo Sucessor de Pedro. Peço a Deus que proteja e abençoe todas as nações do globo, com abundantes graças de conforto espiritual, e ajude a dar passo seguro àquelas iniciativas, que todos esperam, pelo bem comum da grande Família humana e de cada povo que a compõe.

A minha saudação final, repassada de gratidão, vai para o Senhor Presidente da República, para o Governo da Nação e do Estado do Rio de Janeiro, e todas as demais Autoridades brasileiras que tantas provas de delicadeza quiseram-me dispensar nestes dias.

Estou também agradecido aos Membros do Corpo Diplomático, cuja diligente atuação facilitou sobremaneira a participação das próprias Nações nestes dias de reflexão, oração e compromisso pela Família.

Um particular pensamento de estima fraterna dirijo-o, com profundo reconhecimento, aos Senhores Cardeais, aos meus Irmãos no Episcopado, aos Sacerdotes e Diáconos, Religiosos e Religiosas, aos Organizadores do Congresso. Todos contribuíram para abrilhantar estas jornadas do Segundo Encontro Mundial com as Famílias, deixando a quantos nelas tomaram parte cheios de consolação e de esperança - gaudium et spes! - na família cristã e na sua missão no meio da sociedade.

Tende a certeza de que levo a todos no meu coração, donde brota a Bênção que vos concedo e que faço extensiva a todos os Povos da América Latina e do Mundo.  (rb)








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