Papa encontra criança com doença rara e encoraja os pais


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na quarta-feira (30), em audiência privada na Casa Santa Marta, no Vaticano, o pequeno Ignazio Fucci e a sua família. A criança de 8 anos tem uma doença rara, com registros de apenas 40 casos no mundo.

Ignazio, semanas atrás, tinha escrito uma carta ao Papa, pedindo de rezar por ele. O Santo Padre respondeu, convidando a encontrá-lo em privado, já que o pequeno não pode frequentar lugares aglomerados por causa do transplante.

Ignazio foi a primeira criança na Itália a se submeter a transplante de medula doada pela mãe. Desde outubro de 2014 ele e a família são hóspedes da Casa Bernadete, uma estrutura administrada pelo “Projeto Bambini” da União Nacional Italiana de Transporte de Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais (Unitalsi) que acolhe gratuitamente as famílias que têm crianças internadas ou em tratamento no Hospital Bambino Gesù, em Roma.

Na audiência privada também estava presente o presidente da Unitalsi da capital italiana, Emanuele Trancalini, que falou à Rádio Vaticano sobre o encontro entre o Papa Francisco e o pequeno Ignazio.

Trancalini – Foi realmente um momento de muita comoção. Imaginem que se trata de uma família que sofre há alguns anos e que, a um certo ponto, pensou até que a vida do filho tinha terminado, e agora se vê encontrando o Santo Padre, que os escuta. O que realmente é especial é este grande amor do Papa Francisco por essas situações de sofrimento. Eu percebi que ele estava muito comovido e emocionado.

RV – Papa Francisco, recentemente, respondendo à pergunta de uma criança, sublinhava que, se pudesse fazer um milagre, se pudesse escolher, curaria todas as crianças. Ele sente esse sofrimento inexplicável, ele mesmo diz, mesmo através dos olhos da fé de uma criança que tem uma doença grave...

Trancalini – Ele disse mais de uma vez de se questionar o porquê desse sofrimento, e isso o faz muito humano. Ontem nós vimos essa grande atenção e esse seu sofrimento, como também quando ouviu a história dessa criança. Ele deu coragem à família que, a uma certa altura, disse: “Papa Francisco, nós chegamos a ficar chateados com Deus por um período pela situação em que nos encontramos”. Devo dizer que Papa Francisco foi muito afetuoso, procurou tranquilizá-los. A família se sentia quase em culpa por isso. Ele os tranquilizou, dizendo para transformar também isso em oração e pedir a força e a coragem. Foram momentos de puro afeto.

RV – O encontro de ontem e todos aqueles em que Francisco passa com os doentes e deficientes entra no contexto do Jubileu da Misericórdia...

Trancalini – Absolutamente. De fato é isso que foi enaltecido do encontro com essa família. Eu fiquei com eles durante o dia e o pai de Ignazio, a uma altura, disse: “Emanuele, mas o Papa estava nos ouvindo? Estava ali com a gente? Ele nos ouvia?... Estava interessado àquilo que falávamos!”. Estavam encorajados com aquilo, com a consideração, o ser ouvido. Acredito que, no final, perante a doença, somos todos um pouco impotentes. Acredito que isso tenha dado a eles uma grande força. Poderia dizer que esse é um dos grandes sinais do Jubileu da Misericórdia!

(AC)








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