Igreja latino-americana assumiu linhas conciliares da Lumen Gentium


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos começar a tratar na edição de hoje da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja.

A Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja é uma das quatro Constituições do Concílio Vaticano II, onde pela primeira vez na história dos Concílios a Igreja revê a si mesma. O Documento coloca fundamentos, balizas muito importantes, não somente para a Eclesiologia, mas também para a Cristologia. Ele foi aprovado na presença de Paulo VI pela ampla maioria dos Padres Conciliares, recebendo na votação final 2.151 placet e somente 5 non placet.

Mas quem nos fala da importância deste documento para a Igreja é o Bispo de Santo André (SP), Dom Pedro Cipollini:

"Na verdade tudo que se fala da Igreja após o Concílio Vaticano II, deve estar ancorado nesta Constituição Dogmática, porque realmente foi um momento de grande inspiração, profundidade teológica, os Padres Conciliares souberam aproveitar de toda uma reflexão teológica, com muito equilíbrio, basta que vejamos as citações deste documento, baseadas nos Santos Padres, no Magistério, no Magistério não só próximo, mas também o Magistério ao longo da história da Igreja. É uma verdadeira joia este documento que tem iluminado a Igreja nos anos posteriores ao Vaticano II, de forma que ao falar de Igreja, nós devemos partir deste documento, desta Constituição Dogmática, da sua riqueza, da sua beleza e da sua inspiração".

A Igreja latino-americana assumiu as linhas conciliares traçadas pelo documentos, como nos explica Dom Pedro:

"Eu, como Professor de Eclesiologia durante 25 anos na faculdade de Teologia da Universidade Católica de Campinas, sempre pude apreciar e ver a alegria dos alunos ao descobrirem a partir deste documento, uma Igreja que é sempre a mesma, mas que pode ser compreendida de uma forma mais brilhante, mais atual e por isto pode ser vivida de uma forma mais intensa a partir desta compreensão da fé, que ilumina a razão, que busca compreender. De forma que a Lumen Gentium tem a sua atualidade. Muito bem balizada e podemos dizer que a Igreja latino-americana, ela assumiu essas linhas conciliares, que estão aqui na Lumen Gentium. A Eclesiologia latino-americana contempla esta Igreja do Capítulo II povo de Deus. A Igreja, que abre a participação dos leigos e uma Igreja que brota do mistério da unidade da Trindade, que deve recuperar a Unidade entre o gênero humano, trabalhando pela justiça do Reino. Lógico, alguns desafios aconteceram, mas isto não impede a beleza da intuição e do esforço feito para se praticar a eclesiologia do Concílio Vaticano II na Igreja latino-americana. Quer dizer, então é necessário reconhecer isto e também a produção eclesiológica após o Vaticano II, a partir da Lumen Gentium, tem uma riqueza muito grande. Vamos bendizer a Deus por este Concílio Vaticano II, que através deste documento ilumina o Céu da Igreja, colocando a Igreja como aquela que reflete Jesus. A Igreja verdadeira é a que mais se parece com Jesus. Então a imagem de Agostinho na mysterium lunae, Jesus é o sol, a Igreja é a lua iluminada pelo sol e que reflete os raios do sol. Esta é a Igreja da Lumen Gentium". 








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