Nova Iorque (RV) - “Sem a contribuição das mulheres não será possível alcançar os objetivos fixados pela ONU na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável.” Foi o que disse o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, no debate aberto pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta segunda-feira (28/03), sobre o tema “O papel das mulheres na prevenção e resolução dos conflitos na África”.
Dentre os 17 objetivos indicados pela ONU, que devem ser alcançados até 2030, está a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. Porém, este objetivo, “é ainda um sonho distante em muitos países da África, sobretudo na Região dos Grandes Lagos” disse Dom Auza, sublinhando a grande contribuição das mulheres nesse desenvolvimento.
“A Santa Sé aprecia as iniciativas promovidas pelo Conselho de Segurança da ONU
e pelos governos a fim de aumentar a consciência e alcançar um maior reconhecimento
do papel vital das mulheres na diplomacia preventiva, na mediação, nos processos de
construção e preservação da paz”, frisou ainda o arcebispo. O prelado acredita que
“este reconhecimento deve ser plenamente traduzido em ações a fim de libertar as competências
e capacidades das mulheres no restabelecimento da ordem no caos, da comunhão na divisão
e da paz nos conflitos”.
As mulheres têm “um dom especial na educação das pessoas a serem receptivas e sensíveis
às necessidades dos outros. Isso é crucial na resolução dos conflitos e na promoção
da reconciliação no pós-conflito”.
“Por isso, a Igreja apoia através de várias iniciativas as mulheres que na África
defendem os vulneráveis, impedem as divisões, curam as vítimas de guerra, reforçam
a paz fragilizada e promovem os direitos humanos.” “O aumento das mulheres nos altos
cargos políticos e nas esferas diplomáticas pode ajudar a África a começar a garantir
educação a todas as mulheres, âmbito em que a Igreja Católica está particularmente
comprometida”, observou o arcebispo.
“Infelizmente, para muitas mulheres o emancipar-se de situações de marginalização,
violência, abandono e exclusão é ainda uma luta difícil. O mundo continua se confrontando
com várias, antigas e novas formas de violência direta contra mulheres e garotas”,
em particular no uso do estupro como arma durante os conflitos, abusos nos campos
de refugiados, tráfico de pessoas com o objetivo de exploração sexual, abortos, conversões
e matrimônios forçados”, disse ainda Dom Auza. O prelado sublinhou a necessidade de
por fim a essas ações bárbaras contra mulheres e garotas.
Enfim, o representante da Santa Sé fez uma homenagem particular às quatro Missionárias da Caridade, Marguerite e Reginette, ruandesas, Judit, queniana, e Anselm, indiana, massacradas por fundamentalistas, em 4 de março, no convento de Aden, no Iêmen. (MJ)
All the contents on this site are copyrighted ©. |