Arcebispo de Lahore visita vítimas do atentado


Lahore (RV) - “Visitei cada leito e cada vítima independentemente de sua fé. Foi muito difícil, porque vi muitas crianças de apenas 4 ou 5 anos, cristãs e muçulmanas, feridas ou mortas por este terrível ataque”, disse o Arcebispo de Lahore, Dom Sebastian Francis Shaw, à fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS), depois do atentado  ocorrido no Domingo de Páscoa (27/03), em Lahore, no Paquistão, no parque de diversão. 

O prelado conversou com AIS de retorno do hospital onde visitou alguns dos 300 feridos e as famílias das 72 vítimas do atentado, dentre as quais 30 crianças. “Depois do ataque do ano passado contra duas igrejas cristãs no bairro de Youhanabad, tivemos medo de que pudesse ocorrer outro atentado. Por isso, o Governo nos forneceu todas as medidas de segurança necessárias para proteger as igrejas, mas ninguém pensou no parque”, disse o arcebispo.

Na tarde do Sábado Santo as autoridades locais fizeram uma reunião para concordar as medidas necessárias de segurança. Dom Shaw acredita que a comunidade cristã fosse o objetivo dos terroristas, mas sublinha que entre as vítimas e feridos estão também muitos muçulmanos. O prelado ofereceu conforto e consolo também a eles. “Aos meus fieis eu lhes disse para não perderem a esperança, porque mesmo se enfrentamos um período tão difícil, devemos aprender a nos reerguer como Cristo soube se reerguer, mesmo levando a cruz. Também nós, carregando a nossa cruz, devemos ir adiante, porque Deus está e estará sempre conosco”, disse ainda o arcebispo de Lahore. 

O diretor da Comissão Justiça e Paz do Paquistão, Peter Jacob, disse à AIS que os terroristas quiseram atingir sobretudo a comunidade cristã. Ele acredita também que eles quiseram mandar uma advertência ao Governo de Nawaz Sharif pelo compromisso do Exército paquistanês na luta contra o terrorismo e que o atentado possa estar ligado à recente execução de Mumtaz Qadri que, em 2011, matou o governador do Punjab Salmaan Taseer que criticou a lei da blasfêmia. 

Depois de sua morte houve em todo o país vários protestos. “Não podemos excluir uma ligação porque entre manifestantes e terroristas existe uma ligação ideológica”, disse Jacob. (MJ)








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