Buenos Aires (RV) – “Uma data para não esquecer”: esta é a declaração da Conferência Episcopal Argentina (CEA) por ocasião dos 40 anos do golpe militar no país.
“No próximo 24 de março se completam 40 anos da ruptura da Ordem Constitucional e do Estado de Direito. Um fato que nunca mais deve se repetir nem podemos esquecer”, escrevem os bispos.
E acrescentam: “Era um momento complexo e difícil para toda a sociedade. A Argentina
via uma escalada de violência que culminou no terrorismo de Estado, protagonista de
crimes de diversa índole, entre eles: tortura, assassinato, desaparecimento de pessoas
e sequestro de crianças”.
O Episcopado considera que os argentinos não podem deixar de se perguntar como se
pôde chegar ao período mais obscuro da história do país. “Suas consequências de confronto,
dor e morte ainda permanecem e nos são apresentadas como um passado que temos que
enfrentar e sanar".
Democracia
“O regresso à democracia marcou o início de um caminho de verdade, de justiça e de
encontro entre todos, que é preciso seguir transitando para alcançar a concórdia e
a amizade social”, destaca a nota.
“O reconhecimento do valor da vida, da dignidade e dos direitos inalienáveis da pessoa
constitui a base indispensável de toda convivência humana e do destino feliz de um
povo”, acrescentam os bispos.
A Conferência Episcopal recorda que a “memória de 24 de março” coincide este ano com
a celebração da Quinta-Feira Santa, dia de dor, mas dia também que “Jesus manifestou
seu amor até entregar a sua vida por nós”. “Que o exemplo de Jesus ajude os argentinos
a cicatrizar suas feridas na verdade, no arrependimento, na reparação na justiça e
no anseio de alcançar misericórdia”, é a exortação final dos bispos.
(BF)
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