Papa: amar significa oferecer aos irmãos um serviço concreto


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu, neste sábado (12/03), na Praça São Pedro, mais uma Audiência Jubilar neste Ano Extraordinário da Misericórdia. Participaram do encontro 50 mil fieis. 

“Estamos nos aproximando da festa de Páscoa, mistério central de nossa fé. O Evangelho de João, como ouvimos, narra que antes de morrer e ressuscitar por nós, Jesus fez um gesto que ficou marcado na memória dos discípulos: o lava-pés. Um gesto inesperado e marcante, a ponto de Pedro não querer aceitá-lo”, disse o Papa em sua catequese intitulada “Misericórdia e serviço”.

O pontífice se deteve nas palavras finais de Jesus: ‘Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Se eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; vocês também devem lavar os pés uns dos outros’. “Deste modo Jesus indica aos seus discípulos o serviço como o caminho a ser percorrido para viver a fé Nele e dar testemunho de seu amor. O próprio Jesus aplicou a si a imagem do “Servo de Deus” utilizada pelo Profeta Isaías. Ele, o Senhor, se fez servo”, disse ainda o Papa.

“Lavando os pés dos apóstolos, Jesus quis revelar o modo como Deus age conosco e dar o exemplo do seu ‘novo mandamento’, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, ou seja, dando a vida por nós. O próprio João escreveu em sua Primeira Carta:  Compreendemos o que é o amor: Jesus deu a sua vida por nós; portanto, nós também devemos dar a vida pelos irmãos.  Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade.”  
 
“O amor é serviço concreto que fazemos uns aos outros. O amor não são palavras, são obras e serviço; um serviço humilde, feito no silêncio e sem publicidade, como Jesus mesmo disse: ‘Que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz’. Supõe colocar à disposição os dons que o Espírito Santo nos deu para que a comunidade possa crescer. O amor se expressa na partilha dos nossos bens materiais para que ninguém passe necessidade. A partilha e dedicação a quem precisa é um estilo de vida que Deus sugere também a muitos não cristãos, como caminho de humanidade autêntica.”

“Não nos esqueçamos que lavando os pés dos discípulos e pedindo-lhes para fazer o mesmo, Jesus nos convida também a confessar aos outros nossas faltas e rezar uns pelos outros para que saibamos perdoar de coração”. Neste sentido, o Papa recordou as palavras de Santo Agostinho que escreveu: ‘Nunca o cristão deixe de fazer o que Cristo fez. Porque quando o corpo se inclina até os  pés de seu irmão, no coração se acende, ou se já existia, se alimenta, o sentimento de humildade [...]. Perdoemo-nos uns aos outros os nossos erros e rezemos reciprocamente pelas nossas faltas e assim de alguma forma, lavaremos os pés uns aos outros’.

“Amor, caridade e serviço, ajudar aos outros, servir aos outros. Muitas pessoas passam a vida inteira assim, servindo aos outros”, frisou o pontífice, contando o seguinte fato:  

“Na semana passada, recebi uma carta de uma pessoa que me agradecia pelo Ano da Misericórdia; me pedia para rezar por ela, para que pudesse estar mais próxima ao Senhor. A vida dessa pessoa é curar mãe e o irmão: a mãe está na cama, idosa, lúcida, mas não pode mais se mover, e o irmão é deficiente, está na cadeira de rodas. A vida dessa pessoa é servir, ajudar. Isso é amor! Quando você se esquece de si mesmo e pensa nos outros, isso é amor!”

“Com o lava-pés o Senhor nos ensina a ser servidores, aliás, mais que servidores: servos, como Ele foi servo por nós, por todos nós. Seguindo Jesus pela estrada do serviço, seremos misericordiosos como o Pai”, concluiu o Papa Francisco. (MJ)








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