Pe. Ronchi: o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença


Ariccia (RV) - O Amor de Deus pelo homem inflama o coração e abre os olhos: esse é o cerne da nona meditação, feita na tarde desta quinta-feira pelo sacerdote dos Servos de Maria, Pe. Ermes Ronchi, no quinto e penúltimo dia dos exercícios espirituais propostos ao Papa Francisco e à Cúria Romana em Ariccia, nas proximidades de Roma. “O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença”, devemos “voltar a nos enamorar”, disse o pregador do Retiro.

Entre Páscoa e Pentecostes Jesus se manifestou novamente aos discípulos no lago de Tiberíades numa noite “sem estrelas”, “amarga” até o “romper da aurora” com Jesus que se manifesta aos seus. A meditação de Pe. Ronchi parte dessa cena com a pergunta de Amor três vezes feita por Jesus, para aproximar-se sempre mais de Simão Pedro. Tu me amas?

Uma pergunta de amor dirigida a cada homem e que “abre percursos, inicia processos”, ressaltou Pe. Ronchi evidenciando mais vezes o dinamismo do amor de Jesus pelo homem, dinamismo este que tudo transforma:

A santidade na paixão por Cristo

“Vejo a santidade descrita nesta página do Evangelho. A santidade não consiste na ausência de pecados, num campo já não mais com ervas daninhas, mas está numa paixão renovada, está no renovar agora a minha paixão por Cristo e pelo Evangelho. Agora.”

Pe. Ronchi explicou que o amor de Deus reacende “os corações”, “a paixão”. “A santidade não é uma paixão apagada, mas uma paixão convertida”, acrescentou. “Quando o amor existe não pode haver equívoco, é evidente, solar, indiscutível.”

A fé possui três passos

É Deus que “ama o homem”, que preenche as insuficiências, “preenche as pobrezas”, não busca nele “a perfeição”, mas “a autenticidade”. “Não estamos no mundo para sermos imaculados, mas para sermos encaminhados”. E invertendo todo esquema fala de “Jesus, mendicante de amor, mendicante sem pretensões” que “conhece a minha pobreza” e que pede “a verdade de um pouco de amizade”. “A fé possui três passos: preciso, confio, me entrego:

O reavivador de laços

“Crer é precisar de amor, confiar-se e fundar-se nisso, como forma de Deus, como forma do homem, como forma do mundo, do futuro, do viver. Confiar-se é fundar a vida nesta hipótese: que mais amor é bom, menos amor é ruim.”

“É abandonar a regra toda vez que ela se opõe ao amor”, dizia Irmã Maria do eremitério de Campello (região italiana da Úmbria). Enquanto o mundo proclama a sua fé, a sua evidência: mais dinheiro é bom, menos dinheiro é ruim.

Mas todo fiel é um fiel no amor: ou seja, um reavivador de laços, um reanimador de laços, alguém que ajuda os homens a reencontrar confiança no amor. Nós cremos no Amor.”

Crer é ter uma relação com Deus

Pe. Ronchi frisou que “crer é ter uma relação com Deus”, caminhar no amor com uma pessoa” e a salvação está na certeza de que é Ele quem “ama”. “A crise de fé no mundo ocidental”, explicou em seguida o pregador dos exercícios espirituais, “começa” propriamente “com a crise do ato humano de crer”. “Porque não se crê no amor.” O amor é dar:

O contrário do amor não é  o ódio

“O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença que é a seiva que alimenta todo mal, a seiva secreta do pecado. A indiferença na qual o outro para você não existe, não conta, não vale, não é nada.”

“Hoje devemos voltar a enamorar-nos.” Amar a Deus “com todo nosso ser, corpo e alma”. “Deixe de amar como submisso, deixe de amar como escravo”, concluiu. “É preciso voltar a amar a Deus como enamorados. Aí sim, a vida, e a fé” se tornarão repletas de sorrisos. (RL)








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