Moçambique: parede de piscina desaba e mata treinador nacional

Uma parede da Piscina anexa ao Estádio Nacional do Zimpeto na cidade de Maputo, desabou sábado último na sequência de fortes ventos que se fizeram sentir ao princípio da noite, depois de uma tarde de intenso calor, onde os termómetros chegaram a registar cerca de 45 graus na capital moçambicana.

Na sequência do desabamento do muro com uma altura de aproximadamente 10 metros, foram afectados 11 pessoas, entre feridos graves e ligeiros e uma vítima mortal, neste caso, o treinador da selecção nacional de natação, Frederico dos Santos. A vítima encontrou a morte quando os escombros caíram sobre si, não tendo resistido, perdeu a vida a caminho do Hospital Central de Maputo.

Segundo o secretário-geral da Associação de Natação da Cidade de Maputo, Caetano Ruben, o vendaval durou não mais de um minuto, tempo suficiente, para, em cadeia deitar abaixo o muro, eventualmente a qualidade da obra não era das melhores.

A piscina olímpica do Zimpeto foi construída em 2011, no âmbito dos décimos Jogos Africanos de Maputo, a sua edificação esteve a cargo do Consórcio Mota Engil Soares da Costa. Durou menos de um ano.

O empreendimento tinha garantia de 1 ano

Entretanto, o consórcio responsável pela construção da Piscina Olímpica, distancia-se das alegações segundo as quais, o empreendimento era de baixa qualidade, pois no entender, destas duas construtoras portuguesas, o prazo de garantia da obra era de 1 ano, que esgotara.

As autoridades governamentais moçambicanas, criaram uma comissão multisectorial de inquérito para investigar as reais causas do incidente.

Refira-se que os restos mortais de Frederico dos Santos (treinador da seleção nacional de natação) foram a enterrar, esta quinta-feira 25, na cidade de Maputo. O espaço escolhido para o último adeus, foi a piscina Raimundo Franisse, na Associação de Natação da Cidade de Maputo, que foi pequeno para albergar tantos desportistas, políticos, familiares e amigos que quiseram despedir - se de um homem que marcou a natação nacional, formou, motivou, incentivou e quando pouco faltava para realizar o sonho de colocar nadadores nos jogos olímpicos do Rio ainda este ano, eis que perdeu a vida.

Hermínio José, Maputo.