Visita de Kirill: portas abertas depois de mil anos


Cidade do Vaticano (RV) – Depois de visitar Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, o Patriarca Kirill de Moscou e toda a Rússia, retornou a Moscou na segunda-feira, 22 de fevereiro. Em São Paulo, o líder da Igreja Ortodoxa Russa celebrou uma Divina Liturgia na Catedral Metropolitana Ortodoxa Antioquina, no bairro do Paraíso.

Participaram da celebração o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e demais representantes de Igrejas cristãs e tradições religiosas, o prefeito Fernando Haddad e representantes diplomáticos.  

Paz associada à justiça

No final da missa celebrada em rito bizantino, o Patriarca afirmou sentir a “dor de todos cristãos que são oprimidos hoje”. Kirill também destacou que a paz duradoura na Síria e no Oriente Médio só pode ser alcançada com justiça e não virá por meio de guerra ou violência, recordando a oração feita aos pés do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no sábado, 20. “Como fizemos no Rio de Janeiro, em São Paulo, rezamos por aqueles que são perseguidos e mortos apenas porque são cristãos… Guerra e violência nunca alcançaram paz duradoura. A paz duradoura está sempre associada à justiça”, disse.

Recordando o encontro histórico com o Papa Francisco, no dia 12 de fevereiro, no aeroporto de Havana, Cuba, e a declaração conjunta assinada pelos dois líderes após o encontro, o Patriarca reforçou a necessidade de “superar diferenças e organizar uma coalizão comum contra o terrorismo.”

“A declaração concentra a atenção nos perseguidos, nos cristãos em sofrimento e nos dá uma base para ação conjunta não apenas para protegê-los, mas também para várias outras questões para um mundo mais pacífico e para que pessoas aprendam a viver em conjunto”.

Para o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, a quem pedimos uma análise deste evento, o encontro entre Francisco e Kirill teve uma importância maior do que se possa sublinhar.

“Foi um encontro realmente histórico, algo fundamental para o futuro da cristandade, porque abriu novas portas depois de mil anos, praticamente, para poder se fazer um caminho mais fortemente unidos; embora haja caminho ainda para a unidade. Creio que não há como sublinhar suficientemente a importância deste encontro que dá muitas esperanças para o futuro. A unidade maior entre as duas Igrejas favorecerá muito a construção da paz”.

Já no Rio de Janeiro, além de participar de um momento de oração no Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, o Patriarca visitou a Igreja Ortodoxa Russa de Santa Mártir Zenáide, em Santa Teresa.

Nós contatamos o Padre Marcelo Paiva, diácono da Igreja Ortodoxa Russa e pertencente ao clero da Missão da Proteção da Mãe de Deus, no Rio de Janeiro.

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(CM)

 








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