2016-02-13 13:23:00

A Rádio: proximidade e ponte entre as pessoas - P. Andrzej Majewski


No dia 12 de Fevereiro de 1931 às 16h e 49’, o Papa Pio XI inaugurava, portanto,  a Rádio Vaticano, como a missão como disse o próprio Papa na altura de “difundir nos cinco continentes a voz do Papa e da Igreja”, mas com meios e serviços totalmente novos. Presente hoje nas redes sociais, com um sítio web e emissões em 39 línguas diferentes, e, em colaboração com as rádios europeias, a emissora do Papa faz parte do novo Dicastério criado pelo Papa Francisco: a Secretaria da Comunicação.

Em entrevista à jornalista da secção italiana, Gabriella Ceraso, o P. Andrea Majewski, Director de Programas, evoca o passado, o presente e o futuro da Rádio Vaticano.

“A Rádio Vaticano nasceu por iniciativa de Guilherme Marconi , que inventou a Rádio. Isto faz com que sejamos de algum modo – como diz o Papa Francisco – um avô que sabe colher as coisas boas do passado, mas sabe também dialogar com os jovens. A Rádio como tal percorre hoje um caminho diferente do de antes: há quem diz que a rádio já não tem sentido, que é um velho meio de comunicação, mas eu estou convencidíssimo de que não é correcto dizer isto: ontem como hoje, a rádio acompanha as pessoas, fala ao coração das gentes, fala em todo o mundo. O que acontece hoje é que este serviço é potencializado e é claro que o futuro da rádio é o de estar muito presente na vida cultural das pessoas.

- Nos últimos quatro anos a Rádio Vaticano, tal como outras rádios, passou por uma aceleração do ponto de vista tecnológico e da internet: houve muitas mudanças a partir do sítio web, mas não só. Isto o que significa, que é preciso ir para a frente também em termos de linguagem?

“Parece-me que tudo o que a modernidade nos oferece – estou a pensar no Facebook, no Twitter… – cria a possibilidade de poder dialogar com o ouvinte, algo que antes era muito limitado. Nós estamos a usar estes meios: basta pensar que os nossos seguidores via facebook, por exemplo do programa inglês, são mais de um milhão, assim como também do programa brasileiro e muitos outros. Esta é uma das novas possibilidades que nos é oferecida pelos novos media e nós as utilizamos plenamente também falando numa linguagem moderna às pessoas, sobre temas, por vezes, muito difíceis no que toca aos ensinamentos da Igreja.

- Se tivesse de indicar os maiores resultados ou mudanças da Rádio hoje, o que diria?

“Tudo o que diz respeito ao digital, começando pela qualidade do som. Estamos a usar o Dab desde há muito tempo. Mas também do ponto de vista social. Para o futuro, por exemplo, uma coisa talvez pequena, mas muito importante para nós, é esta: daqui a pouco entrará em função o novo player da Rádio Vaticano. Deste modo poderemos seguir todas as cerimónias do Papa com comentário em diversas línguas – pelo menos cinco ou seis – através de todos os dispositivos. Isto criará, certamente, novas possibilidades para difundir o nosso anuncio.”

- A Rádio Vaticano, como todos sabem, por vontade do Papa faz parte da Secretaria da Comunicação que, aliás, de momento tem sede precisamente nas instalações da nossa Emissora. Que papel terá a Rádio Vaticano neste novo contexto de interacção com os outros meios de comunicação do Vaticano?

“Há já muito tempo que nos estávamos a organizar para entrar nessa nova estrutura que tem como objectivo a integração dos meios de comunicação do Vaticano. São novas instituições. Isto nos dará certamente mais possibilidades de interagir com os outros media do Vaticano como o jornal “L’Osservatore Romano”, o serviço fotográfico sobretudo e a “Centro Televisivo do Vaticano”. A colaboração com este último já nos está a permitir pôr os videoclips. Acho, portanto, que o futuro desta colaboração será cada vez mais plena e eficaz. Estamos a viver no mundo da sincronização, da integração e a Rádio Vaticano não pode faltar a este encontro.

- Ser testemunhos credíveis do Evangelho: o Papa repete-o sempre. Também nós como comunicadores e a Rádio temos esta função? Pode-se dizer que será um desafio para o futuro?

“A rádio deve levar ao encontro das pessoas, deve construir pontes, mas isto é só o instrumento, o caminho. A última palavra é dos ouvintes que ouvindo a mensagem podem aproximar-se, dialogar e tomar iniciativas. Este é o serviço que podemos oferecer ao mundo de hoje.” 

(DA)








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