'São' Sepé Tiarajú, o nosso 'Moisés gaúcho'


São Gabriel/RS (RV) – O município de São Gabriel, Diocese de Bagé, RS, foi o cenário da 39ª edição da Romaria da Terra, nesta terça-feira, 9 de fevereiro. Com o tema “Cuidar da Terra, Casa Comum”, o evento celebrou os 260 anos do martírio do índio Sepé Tiaraju e de seus mil e quinhentos companheiros em sua luta pela Terra e pela vida. 

Neste sentido, a Romaria propôs uma reflexão sobre o cuidado com a Terra diante da realidade de violência, de exploração e de esgotamento.

Sepé Tiaraju é um símbolo da luta por uma Terra Sem Males. O guerreiro Guarani lutou até as últimas consequências em defesa de seu povo e pelo direito de viver em paz em seu território. Sepé enfrentou no seu tempo os dois grandes impérios da época, Espanha e Portugal, com seus interesses econômicos e políticos sobre os territórios. Sepé não lutou sozinho junto a ele encontravam-se milhares de Guarani e indígenas que não aceitaram deixar sua terra, seu território em troca daqueles interesses.

Sepé foi morto no dia 7 de fevereiro de 1756 pelos exércitos de Espanha e Portugal e no dia 10 do mesmo ano em Caiboaté foram massacrados mais de 1500 Guarani que lutavam em defesa de sua terra.

Nosso hóspede neste espaço é Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e Presidente do Conselho Indigenista Missionário. Dom Roque presidiu a Romaria e em sua pregação, define o indígena como “o nosso Moisés gaúcho”: São Sepé Tiaraju, já canonizado pelo senso de fé  do povo gaúcho; o Libertador missioneiro, o patriarca de nossa fé, o juiz bíblico de nosso tribalismo, o mártir de uma luta justa e contrária a ofensiva injusta de dois impérios europeus, que unidos pretendiam massacrar o seu povo. 

Sepé não atacou ninguém, não fez guerra de conquista, apenas exerceu o direito legítimo de defender o seu povo. Tal como os juízes bíblicos, fez guerra de defesa. Nós também, queremos a terra e não a guerra.

Para ouvir Dom Roque Paloschi, clique aqui:

 

(CM)

 








All the contents on this site are copyrighted ©.