2016-02-05 18:36:00

Continua o impasse político na Guiné-Bissau


Tudo indica que a crise política na Guiné-Bissau vai continuar ainda por algum tempo.

As sucessivas rondas de negociação promovidas pelo Presidente da República com a Direcção do PAIGC, os 15 deputados expulsos do PAIGC e o PRS ainda não surtiram efeito.

Esta sexta-feira falhou a terceira sessão negocial por falta de comparência do PAIGC e da mesa da Assembleia Nacional Popular, o centro da crise.

O partido entendeu que não pode estar no mesmo espaço de negociação com elementos que não representam nenhuma instituição, isto é os 15 deputados expulsos do PAIGC, e pediu ao Presidente da República numa "Carta Aberta" a "reformatação" dos encontros.

Os 15 deputados expulsos do PAIGC e do Parlamento (que constituem o ponto da crise) acusam o PAIGC de ser obstáculo para a solução da crise.

Baciro Djá, um dos expulsos, quando falou aos jornalistas disse "é óbvio, aqui vocês podem constatar quem é obstáculo para a saída da crise que o País enfrenta. Nós somos deputados estamos a defender o nosso direito conquistado que o povo nos emanou. Penso que os outros órgãos de soberania terão que tirar essa ilação e não nós deputados. Nós estamos a defender o nosso direito e nesta base que estamos aqui", concluiu Baciro Djá que, antes da expulsão, era o terceiro Vice-Presidente do PAIGC e nomeado Primeiro-Ministro após a queda do governo de Domingos Simões Pereira.

O PRS, 2º maior partido  no Parlamento, na voz do Secretário-geral Florentino Mendes Pereira "  os nossos colegas do PAIGC e a mesa da ANP não compareceram. Não compreendo como é que podemos falar do diálogo! Que tipo de diálogo que se faz sem as partes desavindas. Acho que aqui há uma falta de vontade de continuar nesta senda, nesta via de encontrar uma solução para a crise via diálogo. As pessoas reclamam o diálogo mas quando chegamos a hora de dialogar constatamos uma situação desta natureza".

A ausência na reunião do PAIGC e a Mesa da Assembleia Nacional Popular deixou mais preocupada a Comunidade Internacional (Observadores) que se deslocou ao Palácio da República para encontro.

Ovídeo Pequeno, Representante da União Africana, não proferiu declarações aos jornalistas, limitando-se  a dizer " não tenho comentários, não tenho comentários".

Já o Representante Adjunto de Miguel Trovoada, Marco Carmignani, quando questionado se está ou não optimista numa saída para a crise,  disse: " o desenrolar dos factos vai justificar o optimismo ou pessimismo. É preciso aguardar e ter a paciência para que os factos se provem por si mesmos".

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (também

observadora) acredita numa solução para a crise "acredito sempre...acredito sempre na vontade política das pessoas, na boa fé e acho que é possível chegar a um consenso quanto a esta questão que está a nos complicar a vida" desabafou Augusto Mário da Silva Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

O Presidente da República marcou para a próxima quarta-feira um novo encontro com as partes. Resta saber se o pedido do PAIGC  de reunir sem os deputados expulsos vai ser aceite pelo Presidente da República.

Indira Correia Baldé em Bissau








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