Manter uma posição imparcial, mas vigilante, sem se deixar instrumentalizar por nenhum partido – é o apelo dos bispos da Zâmbia a todos os líderes cristãos em vista às próximas eleições presidenciais e legislativas no País previstas para 11 de agosto.
Vigiar contra qualquer fraude eleitoral
Num comunicado divulgado nos últimos dias, no fim da sua Assembleia Plenária anual,
os bispos – informa a agência CISA – exortam especialmente os líderes religiosos cristãos
a não permitir que os políticos usem as igrejas e as funções litúrgicas para as suas
campanhas eleitorais. Os bispos convidaram também aos fiéis a serem promotores da
unidade do país. "É dever dos cristãos usar a sua voz profética para denunciar qualquer
fraude eleitoral", escrevem no documento, dirigido aos católicos e a todas as pessoas
de boa vontade
Superar a mentalidade de partido único e abraçar a cultura democrática
As próximas eleições tripartidas deveriam ser um motivo de alegria e de grandes expectativas,
porque "idealmente" darão aos cidadãos a oportunidade "para escolher de forma pacífica"
os seus representantes e o novo Presidente. E entretanto - observam com preocupação
os bispos – os políticos zambianos "ainda sofrem de uma mentalidade de partido único",
em que a competição eleitoral é vista como uma batalha para eliminar os adversários
a qualquer custo. Os discursos de ódio e a linguagem vulgar usada por várias figuras
políticas não ajudam a esperar algo de bom a este respeito. Daí o apelo aos líderes
dos partidos para enfrentarem as próximas eleições com um espírito novo marcado por
"uma cultura democrática" para assegurar "um clima político melhor e mais tolerante”.
Não acrescentar gasolina nas chamas do tribalismo
Os bispos também exortam os fiéis para não atiçarem as chamas do tribalismo e das
rivalidades étnicas, advertindo que, "se a Zâmbia estiver em chamas, não terão ninguém
para governar". Os nossos pais e mães fundadores – lembram os bispos – investiram
muitas energias para fazer com os zambianos considerem e tratem os outros como irmãos
e irmãs, sem distinção de tribo, raça ou religião. Porque deveria este tornar-se um
tema de confrontação política hoje? ", concluem.
A democracia multipartidária foi introduzida na Zâmbia apenas em 1991
O sistema pluripartidário foi introduzida na Zâmbia apenas em 1991, depois da longa
presidência de Kenneth Kaunda no poder desde 1964 e líder do partido único UNIP (United
National Independence Party). A partir de 1991, o poder permaneceu nas mãos do Movimento
para a Democracia Multipartidária, ao qual sucedeu em 2011 a Frente Patriótica. (BS)
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