Alemanha e Áustria devem continuar recebendo refugiados, pedem bispos


Cidade do Vaticano (RV) - A crise de refugiados na Europa ainda está longe de uma solução. Bispos católicos da Alemanha e da Áustria exortaram seus países para continuar aceitando refugiados, apesar das reivindicações por novas restrições como resposta às violências registradas na noite de Ano Novo em Colônia e em outras cidades alemãs.

Ao jornal local, o bispo de Tréveris, Dom Stephan Ackermann, disse que é difícil definir um limite para o recebimento de refugiados. “Precisamos de uma redução dos números, mas fixar um limite máximo seria bastante difícil”, afirmou.

“Nós precisamos de flexibilidade – alertou o prelado. Mas cabe aos políticos dizerem como isso pode ser feito na prática, e que não seja apenas em nível nacional.”

Após os violentos incidentes envolvendo recentemente pessoas vindas da Síria e de outros países, alguns alemães passaram a defender um limite de refugiados. No entanto, o representante especial da Igreja alemã para refugiados acredita que a imposição desse limite violaria a Convenção de Genebra e também a Lei Fundamental da Alemanha.

Cristãos devem estar atentos aos que sofrem

“Os cristãos não podem permitir que pessoas que passaram por um sofrimento indescritível e estão precisando de ajuda encontrem fronteiras fechadas”, disse o Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Hesse.

Muitos ministros do interior da União Europeia defenderam, em um encontro recente, um novo controle das fronteiras pelo menos até 2018. Apesar disso, o Cardeal e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Reinhard Marx, e o Cardeal-Arcebispo de Colônia, Rainer Woelki, apelaram por mais admissões de refugiados. Em um discurso, Cardeal Woelki chegou a dizer que a Europa não “seria salva por fechar as portas”.

Na Áustria, os bispos da Conferência episcopal disseram que os direitos humanos de asilo eram uma “obrigação por lei internacional”, porém advertiram que as admissões em massa são "preocupações legítimas" e devem ser levadas a sério.

Papel de líderes políticos e da Igreja

“Cabe aos líderes políticos – destacaram os bispos – conduzirem este processo com um senso de proporção. A Igreja pode desempenhar um papel importante devido à variedade de línguas faladas em comunidades católicas. Mas os migrantes devem também aceitar, como pré-requisito, a validade incondicional dos direitos humanos, bem como a nossa constituição democrática e da igualdade entre homens e mulheres."

Atualmente, ao menos 22 mil refugiados estão hospedados em paróquias e instituições na Alemanha, de acordo com dados da Igreja, enquanto as 27 dioceses alemãs desembolsaram cerca de 100 mil euros para a causa dos refugiados no ano de 2015.

Já na Áustria, a agência de notícias Kathpress destacou que o mosteiro beneditino em Melk acolheu 30 sírios e iraquianos. As Irmãs Missionárias do Santíssimo Redentor de Viena também têm recebido sírios em seu convento. (PS)








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