Mensagem Papa: a comunicação cria pontes, encontros, inclusão


Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicada, nesta sexta-feira (22/01), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a Mensagem do Papa para o 50° Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre o tema: «Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo».

Em sua Mensagem, Francisco recorda que o “Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia.
Com efeito, a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como característica do seu “ser e agir”. Tudo o que dizemos e o modo como dizemos, cada palavra e cada gesto, deveria expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos.
O amor, por sua natureza, frisa o Papa, é comunicação e leva a uma maior abertura, não isolamento. Se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.

A linguagem e as ações da Igreja devem transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude da vida. Devemos acolher e irradiar o calor materno da Igreja, - disse o Pontífice - para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a “centelha” vivificante.

A comunicação enriquece a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia! As palavras têm o poder de criar pontes e favorecer o encontro e a inclusão entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. As palavras dos cristãos visam fazer crescer a comunhão e jamais romper o relacionamento e a comunicação.

Por isso, Francisco convida todos a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de “curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades”. A misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar. É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia.

Aqui, o Papa faz um apelo, sobretudo aos que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que sejam sempre vigilantes no modo de agir diante de quem pensa ou age de maneira diferente. É preciso coragem para orientar as pessoas diante de processos de reconciliação e soluções de conflitos por uma paz duradoura.

O estilo da nossa comunicação deve saber julgar em situações de pecado – violência, corrupção, exploração. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor.
Somente as palavras pronunciadas com amor e acompanhadas pela mansidão e a misericórdia tocam os corações dos pecadores. Neste sentido, o

Santo Padre encoraja todos a encarar a sociedade humana como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta para receber uns aos outros.
Comunicar significa partilhar e a partilha exige escuta, acolhimento proximidade. Escutar nunca é fácil: significa prestar atenção, desejo de compreender, dar valor, respeitar a palavra alheia; é uma graça imensa e um dom.

Por fim, Francisco recorda que também os e-mails, sms, redes sociais, chats podem ser formas de comunicação. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos.
Com a sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais o Papa espera que o “Ano Jubilar, vivido na misericórdia, nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação”.

Enfim, o encontro entre a comunicação e a misericórdia só será fecundo na medida em que puder gerar proximidade, cuidar, confortar, curar, acompanhar. Em um mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade. (MT)








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