Presos constroem capela dentro de Penitenciária para receber o Papa


Cidade Juarez (RV) – O frio, empoeirado pátio onde os detentos estão construindo a capela e a nova torre para o sinos que vão badalar durante a visita do Papa, em 17 de fevereiro, são um microcosmos das mudanças que trazem esperança a – até pouco tempo – infernal Cidade Juarez, seja para quem está do lado de lá ou de cá das grades.

Muitos acreditam que a visita do Pontífice será uma pedra fundamental para a transformação da cidade, que até pouco tempo figurava entre as mais violentas no planeta; outros esperam que o Papa traga à tona problemas que ainda persistem na irrequieta metrópole.

O Papa fará uma visita excepcional ao Pavilhão número 3, que costumava ser centro e símbolo do poder das gangues. Há não muito, gangues rivais detinham o controle total do local, que em 2010 registrou 216 mortes de detentos.

Não era possível entrar lá sem pedir permissão às gangues, elas controlavam tudo”, relata à Associated Press o diretor da Penitenciária, Jorge Galarza.

Desde que os oficiais retomaram o controle, a ordem foi restabelecida e o Papa Francisco vai poder visitar o local e falar com detentos, 250 parentes e cerca de 100 religiosos que trabalham no local – tudo sob o olhar atento dos atiradores de elite posicionados no pátio do Pavilhão.

Pacificação

Em 2010, Cidade Juarez era considerada a “capital dos assassinatos” com uma taxa de homicídios anual de cerca de 230 para cada 100 mil habitantes. Após o inicio da pacificação, nos 11 primeiros meses de 2015, o número caiu para 21.

Restaurantes começaram a reabrir as portas e tiroteios nas ruas são coisas do passado. Turistas voltaram a atravessar a fronteira em busca da comida típica mexicana e para fazer compras. Grandes painéis já estão espalhados pela cidade com os dizeres: “Juarez é amor. Estamos prontos!”. (AP/RB)

 








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