Campanha pela paz na Síria: apelo aos governos a não comprar armas


Cidade do Vaticano (RV) – “Cinco anos de guerra, milhares de vítimas, milhões de deslocados: é este o triste balanço da guerra na Síria, que continua a transtornar a população local”. Diante deste cenário indescritível, a Caritas Internacional está se mobilizando para pôr um ponto final nesta guerra. A este respeito, a Rádio Vaticano entrevistou o Secretário-geral da Caritas Internacional, Michel Roy, que ilustrou a iniciativa lançada pelo organismo para os próximos doze meses:

A necessidade desta iniciativa nasceu do apelo crescente dos membros das Caritas daquela Região – Síria, Iraque, Líbano – Jordânia e Turquia – que, na reunião realizada em setembro do ano passado, expressaram fortemente o desejo de paz para seus povos. Logo a necessidade de paz é primordial para nossos amigos do Oriente Médio. Eis porque a Caritas Internacional respondeu a esta urgência lançando uma Campanha de mobilização contra esta indiferença por parte dos governos, para que encontrem um meio sério e responsável para deter este conflito e intervenha em nível político”.

Em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa pede para vencer a indiferença para se conquistar a paz. Após cinco anos de guerra na Síria, o senhor não acha que a mídia quase se acostumou à ideia da impossibilidade de se resolver este impasse?

Sim, há certa indiferença da opinião pública, que pode chegar a este risco. Quem fala, hoje, da guerra de Darfour, no Sudão, depois de doze anos? Ninguém! A indiferença não é só da opinião pública, mas também dos interesses de Estado e das multinacionais. O Oriente Médio é uma região rica e interessa àqueles que vendem armas; há ainda um grande interesse geopolítico. O que levou a Europa a mudar de ideia e se preocupar mais pelos países médio-orientais é o grande fluxo de pessoas que pedem asilo político ao Velho Continente”.

Outro sentimento, além da indiferença, é a impotência de tanta gente. Senhor Michel Roy, o que os cristãos podem fazer pelos sírios, através da Caritas, especialmente durante este Ano Jubilar?

A primeira coisa é rezar. Lembro o dia de oração pela Síria, promovido pelo Papa Francisco há dois anos. Tenho certeza que, para começar, temos que rezar, para que Deus nos ajude a encontrar o caminho justo para alcançar a paz. Outra coisa é pedir aos políticos e governos que se esforcem para trilhar o caminho da paz, sem se envolver na compra de armas. Depois, outro desafio para a comunidade internacional, é ajudar os refugiados, que contam oito milhões só no território da Síria. Nos países vizinhos, como Iraque, Jordânia, Turquia e Líbano, os refugiados são quatro milhões. Todas estas pessoas devem ser ajudadas, porque não podem sobreviver sozinhos”. (MT)








All the contents on this site are copyrighted ©.