Simpósio em Assis celebra os 75 anos da Pro Civitate Christiana


Cidade do Vaticano (RV) - “A memória não é nostalgia do passado, mas é a coragem de caminhar ainda juntos, assumindo o valor hoje do testemunho. Porque, diante da hipertrofia dos meios e da atrofia dos fins, citando o Papa João XXIII, não é o Evangelho que muda, mas somos nós que começamos a compreendê-lo melhor.”

São palavras do bispo emérito de Viterbo – região italiana do Lácio - , Dom Lorenzo Chiarinelli, proferidas esta segunda-feira (28/12) no Simpósio promovido em Assis – região da Úmbria – para recordar os 75 anos da Pro Civitate Christiana e recorrer à herança de seu fundador, Pe. Giovanni Rossi, no 40º aniversário de seu falecimento, reporta o jornal vaticano "L'Osservatore Romano".

“Quando a memória tem o fascínio da utopia” foi o tema do encontro que se concluiu na noite desta terça-feira (29/12) em Assis, onde se voltou a apostar nas intuições do fundador e a partilhar, junto a algumas testemunhas, reflexões sobre a fé e sobre o patrimônio espiritual de um lugar que, sobretudo na segunda metade do Séc. XX, representou um autêntico ponto de referência não somente para a Igreja, mas também para boa parte do mundo laico.

O Simpósio quis ser um modo para repercorrer 75 anos de história nas imagens, nos rostos e nos passos de centenas de homens e mulheres, leigos e religiosos, que desde 1940 até hoje incansavelmente atuaram na sociedade “construindo pontes, diálogos, novas visões de um futuro de liberdade, de paz me de justiça”.

Hoje, como ao longo destes 75 anos, “o papel dos voluntários da Pro Civitate Christiana é fundamental porque anuncia nas encruzilhadas do caminho a Palavra de Cristo com espírito de testemunho e gratuidade, buscando difundir uma cultura do acolhimento”, explicou o bispo Chiarinelli.

Trata-se então de empreender uma nova viagem “aos cruzamentos da história”, onde, além da memória e da utopia, encontram espaço também os temas do acolhimento, do diálogo e da beleza, valores que ainda representam hoje a herança mais autêntica deste caminho.

Por isso vários representantes do mundo eclesial, religioso e cultural, entre os quais o prior de Bose, Enzo Bianchi, a cineasta Liliana Cavani, o missionário comboniano Alex Zanotelli, a teóloga Adriana Valerio, o pastor valdense Pawel Gajewski, e o rabino chefe da comunidade judaica de Florença Joseph Levi, foram convidados a Assis para debater e refletir.

“A utopia de Pe. Giovanni Rossi era a de uma Igreja não mera guardiã do passado e nem somente do passado com o presente, mas a de uma Igreja que, aberta ao diálogo e à escuta da Palavra, fosse precursora do futuro”, disse a presidente de Pro Civitate Christiana, Chiara De Luca. (RL)

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