Coreia e Japão selam acordo histórico sobre "mulheres de conforto"


Seoul (RV) – Os governos do Japão e da Coreia do Sul chegaram a um acordo de dimensões históricas para redimir a controversa questão das “mulheres de conforto”, obrigadas a trabalhar como escravas do sexo para os soldados japoneses, antes e durante a II Guerra Mundial. Tóquio anunciou a destinação de 1 bilhão de Yenes (cerca de 8,3 milhões de dólares) para um fundo – administrado por Seul – para garantir “o maior bem-estar possível” às sobreviventes. O Primeiro Ministro japonês Shinzo Abe também expressou através do seu Ministro do Exterior, “desculpas de coração” pelo ocorrido.

Trata-se, no momento, de um acordo preliminar assinado em Seul pelos Ministros do Exterior dos dois países. Fumio Kishida, representante do Sol Nascente, chegou na manhã desta segunda-feira, 28, na capital sulcoreana. O Ministro coreano Yun Byung-se, declarou por sua vez, que “Abe, como Primeiro Ministro japonês, oferece de coração as suas desculpas por todos aqueles que sofreram muita dor e receberam feridas muito difíceis de curar, quer do ponto de vista físico como mental”.

A questão havia sido aberta em 1965, quando quer Tóquio como Seul, começaram a libertar-se do controle administrativo dos Estados Unidos imposto ao final do conflito mundial. Segundo os coreanos, as “mulheres de conforto” eram cerca de 400 mil, raptadas ou enganadas com a proposta de trabalhar nos bordeis ou nas casernas japonesas espalhadas pela Ásia. Para os japoneses tratou-se de um tráfico de seres humanos que teria envolvido no máximo 40 mil pessoas, orquestrado por privados, e não por representantes do Exército ou do Executivo.

Atualmente as sobreviventes são pouco mais de 50. O Papa Francisco encontrou algumas delas na missa conclusiva de sua viagem apostólica à Coreia, na Catedral de Myeong-dong, em Seul, em 18 de agosto de 2014.

A Coreia foi colônia japonesa de 1910 à 1945. Durante a coletiva de imprensa que concluiu o encontro, Kishida declarou: “Baseando-se no fato de que a questão deixou profundas feridas na honra e na dignidade de muitas mulheres por causa do envolvimento do Exército japonês, o Sol Nascente se sente muito responsável”.

O acordo abre caminho para a ampliação das relações bilaterais entre as duas nações, dilaceradas pela presença chinesa na área. Segundo algumas fontes coreanas, as desculpas oficiais manifestadas por Shinzo Abe, acontecerão durante um encontro bilateral que terá lugar nos Estados Unidos em março de 2016, à margem de um encontro de desarmamento nuclear. A partir daquele momento, os analistas de ambas as nações são concordes em afirmar que Seul e Tóquio “farão de tudo” para fortalecerem-se de modo recíproco. (JE/Asianews)








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