Prestigioso Prêmio Carlos Magno é atribuído ao Papa Francisco


Cidade do Vaticano (RV) - O Prêmio Carlos Magno conferido pela cidade de Aquisgrano, Alemanha, a personalidades que tenham se distinguido por seu papel em favor dos valores europeus foi atribuído ao Papa Francisco.

O Papa traz uma mensagem de esperança para a Europa num momento de crise que colocou em segundo plano “todas as conquistas do processo de integração”, lê-se na motivação. Em particular, são citados os pronunciamentos do Santo Padre durante sua viagem a Estrasburgo, nordeste da França, em novembro de 2014.

O Pontífice é a “voz da consciência” que pede para que o homem seja colocado no centro, “uma autoridade moral extraordinária”, afirma. Sobre o Prêmio Carlos Magno atribuído ao Papa Francisco, eis o comentário do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Pe. Lombardi:- “Sabemos que o Papa Francisco jamais aceitou prêmios e honorificências dedicadas a sua pessoa. Portanto, esse é um fato totalmente excepcional e podemos nos perguntar por qual motivo o aceitou. Perguntei-lhe a respeito e ele me respondeu que este é um prêmio pela paz e, nestes tempos em que vemos esses graves riscos que existem para a paz no mundo – muitas vezes fala, inclusive, da Terceira guerra mundial em capítulos –, ele considera que é fundamental falar de paz, encorajar a agir em favor da paz. Por conseguinte, o Papa interpreta este prêmio não tanto como algo dado a ele mesmo para honrá-lo, mas como ocasião de uma nova mensagem de compromisso em favor da paz, dedicado e dirigido a toda a Europa que é um continente que deve construir e continuar construindo a paz em seu seio e sendo ativo, tendo um grande papel para a paz no mundo. Portanto, trata-se de um prêmio para a paz, uma ocasião de oração pela paz, todos juntos, o Papa com todos os povos e as pessoas de boa vontade, que manifesta o anseio, o desejo, o compromisso de construir a paz no continente e também no mundo inteiro.”

RV: Vale a pena destacar que este é um importante prêmio europeu atribuído a um Papa não-europeu...

Pe. Lombardi:- “De fato, também este aspecto me parece significativo. O primeiro Papa não-europeu deste tempo moderno recebe um grande prêmio europeu. Isso porque com seu grande discurso em Estrasburgo do qual todos recordamos, ele soube dirigir-se à Europa, ao continente, com perspectivas muito amplas e com perspectivas de encorajamento, num momento, num período, há anos, em que a construção se faz árdua, encontra grandes dificuldades. O Papa soube relançar os horizontes mais sólidos, mais profundos, mais bonitos, de valores: o respeito pela pessoa humana, o compromisso da solidariedade para com todos os povos, a construção da paz... Os grandes valores sobre os quais nasceu a ideia da Europa e deve renascer e continuar sendo atual e viva, capaz de dar uma rica contribuição também de perspectiva ideal para a humanidade inteira. Um Papa que olha para a Europa com consciência também do exterior da Europa, num horizonte de caráter global, é capaz, tem a autoridade de dizer novamente à Europa a sua vocação mais profunda e mais importante, e de encorajá-la a não ter medo, a não desencorajar-se, para continuar propondo esses ideais à humanidade inteira, com a sua riqueza de recursos de inteligência, de história, de cultura, que devem continuar sendo empregadas para o bem da humanidade inteira.”

RV: Recordamos que em 2004 também João Paulo II foi agraciado com o Prêmio Carlos Magno...

Pe. Lombardi:- “Sim, é verdade, o Papa Francisco não é o primeiro. Também João Paulo II foi um grande Papa da paz, um grande construtor, inspirador da Europa com seus dois pulmões, da reconciliação, da união entre leste e oeste da Europa. Diria que, porém, João Paulo II era um Papa profundamente europeu na sua história pessoal e, portanto, creio que seus méritos para a Europa podiam ser lidos numa chave diferente. Ao invés, com o Papa Francisco, parece-me que a perspectiva é a da vocação da Europa no horizonte global, porque o Papa Francisco está falando neste tempo ao mundo inteiro, com a Encíclica Laudato si, com seus discursos sobre a paz no mundo, sobre o diálogo inter-religioso, sobre a solidariedade entre todos os povos. É justamente com a importância dessas mensagens que se propõe como um grande inspirador do continente europeu hoje.” (RL)








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