Muçulmanos fazem escudo humano para defender cristãos no Quênia


(Rádio Vaticano) – A notícia de que um grupo de muçulmanos evitou um novo massacre de cristãos na segunda-feira (21/12), no Quênia, ganhou destaque nas manchetes internacionais. O fato aconteceu na fronteira com a Somália, há um mês da visita do Papa ao país.

Extremistas do Al Shabaab assediaram um ônibus e intimaram os muçulmanos a se separarem dos cristãos, mas sem sucesso. De acordo com testemunhas, a resposta teria sido: “Matem todos ou nos deixem ir”. Apesar disso, duas pessoas morreram e três ficaram feridas.

Sobre este episódio surpreendente, a Rádio Vaticano ouviu o pároco de Iriamurai, na diocese de Umbu, Padre Piero Primieri.

Padre Primieri: A imprensa local, sobretudo o jornal mais difuso, o Daily Nation, deu grande destaque à notícia com uma página inteira, descrevendo como os muçulmanos formaram um escudo para os cristãos contra o Al Shabaab. A notícia traz grande encorajamento, é uma alegria ver como as coisas estão mudando.

RV: Não é a primeira vez que ataques são registrados naquela região? Como é a realidade local?

PP: Estamos no nordeste do Quênia, entre a Somália e a Etiópia. Uma zona um pouco difícil, porque além dos somalis também há a presença dos Oromo que saem da Etiópia em direção ao sul. Portanto, é uma região muito difícil. No mesmo lugar já haviam sido registrados outros ataques.

RV: Qual é a importância dessa decisão dos muçulmanos?

PP: Encoraja. Na verdade, o governo se esforça para conter os ataques junto aos imãs e lideranças muçulmanas locais. Recentemente, em todo o país, estas lideranças exortaram por uma mudança de comportamento. Quem sabe, um pouco eles, um pouco a visita do Papa, algo está mudando também entre os muçulmanos.

RV: O Papa havia pedido uma única nação...

PP: Sim, penso que a visita do Papa tenha muitas consequências. Aqui, escuto as pessoas que comentam positivamente o que aconteceu e dizem: é verdadeiramente fruto da visita do Papa, do quanto disse e do comportamento que teve em relação a todos, porque o Papa soube tocar de verdade os corações. (RB)








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