Cristãos perseguidos precisam de nossa solidariedade, diz Dom Gallagher


Roma (RV) – “A situação dos cristãos hoje é terrível, como a de outras populações no Oriente Médio. Os cristãos participam em modo particular do sofrimento destes povos sujeitos a conflitos, bombardeios e perseguições. Uma situação que exige a nossa solidariedade e oração como cristãos e uma ação por parte da comunidade internacional e política para tentar remediar”. Foi o que afirmou o Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, ao pronunciar-se na quinta-feira, 10, na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma, na sessão inaugural do Simpósio “A resposta cristã à perseguição”, promovido pelo “Sob a espada de César”, projeto que investiga as violações da liberdade religiosa.

“Como podemos ver, muitos conflitos são complexos e interligados e é necessário trabalhar por soluções políticas na Síria, no Oriente Médio e ajudar países como Líbano e Jordânia, que têm um número enorme de refugiados”. “Os cristãos – recordou Dom Gallagher – são vítimas de 80% dos atos de descriminação no mundo, muitos dos quais não são informados”. Por consequência, existe um “sentimento de abandono das comunidades cristãs no Oriente Médio, especialmente agora com o Califado, uma triste realidade que ameaça a sobrevivência dos cristãos da região”.

O Secretário para as Relações com os Estados recordou “as restrições à liberdade religiosa, que tem o primado entre os direitos humanos, pois é a mais antiga”. Para ajudar as comunidades cristãs perseguidas a superar o sentimento de abandono, Dom Gallagher indicou o caminho da formação e da educação: “Devemos entrar em contato com comunidades perseguidas para conhecê-las, rezar por elas. Mas é necessário também redobrar os esforços para responder às suas necessidades humanitárias agora que se prepararam para viver um outro Natal fora de suas terras. O conhecimento – sublinhou – é o primeiro passo para a solidariedade”.

Mais tarde, falando à margem do encontro, Dom Gallagher comentou as palavras do Presidente russo Vladimir Putin, sobre um possível uso de armas nucleares na luta contra o Estado Islâmico, reafirmando a posição da Santa Sé: “Promover o diálogo para alcançar uma solução diplomática e política, tentando tudo neste sentido”. “Como cristãos somos sempre chamados à esperanças e à misericórdia, como disse o Santo Padre para o Jubileu. Devemos colocar em ação todos os meios segundo a nossa fé, para resolver a situação e dar um pouco de esperança a estas populações”. O Secretário, por fim,  recordou a preocupação da Santa Sé sobre a situação na Líbia: “Após Kadafi a situação dos cristãos é desastrosa. Muitos padres e religiosos partiram e com a sua partida a nossa comunidade perdeu pontos de referência”. (JE)

 

 








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