2015-11-29 13:51:00

Presidente da RCA pede perdão e benção do Papa para o País


 

No seu discurso de boas-vindas ao Santo Padre, a Presidente interina da RCA, com o coração cheio de alegria e de orgulho, deu graças a Deus por esta visita se ter concretizado e exprimiu apreço ao Papa pelo exemplo de coragem que dá a todos, deslocando-se àquele país, não obstante as reais condições de insegurança.  Agradeceu também pela atenção e solidariedade que o Papa tem tido para com as vítimas da crise centro-africana, convidando todos a envidar esforços no sentido de reconstruir a coesão nacional. Uma confirmação – disse a Presidente – de estamos realmente perante um Papa comprometido com os pobres e os que sofrem.

Descrevendo o seu país, cujos alicerces, estruturas e tecido social foram destruídos por decénios de repetidas crises e que vive dramas quotidianos, Catherine implorou, através do Papa, a misericórdia para o seu povo, um povo que, não obstante o ódio e as divisões não perdeu a fé  - disse - e permanece de pé pela força da esperança.

Evocando a figura de Bartélémy Boganda, homem de Igreja que fundou a RCA e pôs o ser humano no centro de tudo, a Presidente disse que, infelizmente, não souberam gerir essa herança espiritual, moral, político e social. E vieram as repetidas crises com centro-africanos a infligir sofrimentos inqualificáveis aos próprios concidadãos.  

Por isso – prosseguiu - os centro-africanos têm que reconhecer os próprios erros, pedir perdão, um perdão sincero que a bênção do Papa transformará  num novo fermento para a reconstrução do país.  E em nome de toda a classe dirigente e dos que contribuíram para a descida do país ao inferno, Catherine Panza pediu perdão por todo o mal que tem sido feito na RCA ao longo da história do país.

Males cometidos por pessoas que se dizem crentes, mas como se pode ser crente e destruir lugares de culto, assassinar o próximo, violar, destruir bens dos outros e cometer toda a espécie de violência?  - perguntou-se a Presidente, dizendo que têm absoluta necessidade desse perdão porque os corações estão endurecidos pelas forças do mal. Necessitam desse perdão para retomar o caminho da realização e reafirmação da sua própria humanidade.

Certa de que o bem maior que a visita do Papa pode deixar à RCA é a sua oração e intercessão para que o demónio da divisão, do ódio e da auto-destruição se afaste dessas terras, a Presidente Panza disse a Francisco: “A vossa presença entre nós deve-nos reconciliar com a Paz. Que o sopro da paz que trazeis permaneça na RCA e ponha nela o estandarte da Glória de Deus”

Samba Panza recordou depois que o país vive na esperança do retorno durável de um clima de segurança em todo o território, da organização de eleições livres e finalmente do estabelecimento duma ordem constitucional e, mais uma vez, em nome de todos, pediu a bênção do Papa para que o país se torne naquela Pátria sem ódios e rancores tão sonhada pelo Pai fundador, Barthélemy Boganda.

A chefe de Estado exprimiu também o desejo de que se entre numa nova era de cooperação reforçada entre a Santa Sé e a RCA para ajudar o país a desabrochar em todas as suas dimensões, materiais e espirituais.

E terminou agradecendo a todos quantos contribuíram para a realização desta visita e desejou ao Papa uma boa e agradável estada na RCA.

(DA)








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