Está a decorrer (de 23 a 30 deste mês) em Nouakchott, a Assembleia Geral da Conferência Episcopal Interterritorial que reagrupa os bispos do Senegal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Mauritânia.
A Igreja na Mauritânia (República Islâmica) onde o número de cristãos varia, segundo as fontes, de 0,1 a 0,3% da população, está a celebrar 50 anos de vida. “Daí a nossa presença episcopal junto do nosso irmão Martin Happe, Bispo de Nouakchott, para lhe dar mais força na árdua tarefa que lhe cabe nessa terra de missão” – afirmou D. Ildo Fortes, bispo do Mindelo, a segunda Diocese de Cabo Verde, antes de partir para a capital mauritana.
Por seu lado o site da arquidiocese de Dakar escreve que os bispos todos tomarão parte no dia 29 no encerramento do Jubileu da Diocese de Nouakchott. O Ano Jubilar dessa Diocese começou a 8 de Dezembro de 2014, solenidade da Imaculada Conceição, sua padroeira.
D. Martin Happe, alemão, missionário dos chamados “Padres Brancos”, está à frente dessa Diocese desde 1995.
A Mauritânia tem mais de um milhão de quilómetros quadrados de superfície e 3,8 milhões de habitantes, a grande maioria dos quais muçulmanos. A Constituição do país (2006) não faz referência nenhuma à liberdade religiosa, mas estipula que o Presidente do País seja muçulmano. Contudo, segundo o Bispo, a maior parte das pessoas trata, geralmente, a fé cristã com respeito.
Os milhares de cristãos do país, na sua maioria católicos, dispõem de igrejas em Nouakchott, Atar, Zouerate, Nouadibou e em Rosso. Mas todas as formas de trabalho missionário são estritamente proibidas. Nestas circunstâncias, as oportunidades para que a minúscula minoria cristã (essencialmente imigrados) expresse a sua fé são limitadas, embora não sejam ineficazes. A Igreja católica na Mauritânia dedica-se, por isso, sobretudo a projectos sociais e caritativos. O Bispo Happe - que é conhecido pela sua abordagem muito aberta e sem preconceitos ao islamismo – têm-se dedicado ao cuidado dos refugiados africanos, que estão a receber abrigo nas igrejas da Mauritânia, e também ao enterro das ‘pessoas dos barcos’ que morrem afogadas e cujos corpos aparecem muitas vezes nas costas da Mauritânia.
De acordo com a organização Open Doors, em 2013 havia aproximadamente 75 mil refugiados da guerra civil no Mali a viver na Mauritânia (no campo de refugiados de Mbéra).
A maior parte dos muçulmanos da Mauritânia são sunitas, mas segundo Open Doors, os salafistas, uma facção ultraconservadora do islamismo, estão a ganhar influência no país, esforçando-se por impor normas morais rigorosas. A mesma fonte afirma ainda que a lei islâmica ou sharia é aplicada em todo o país e os muçulmanos que se convertem a outras religiões enfrentam ameaças de morte.
(DA)
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