Editorial: A África que Francisco visitará


Cidade do Vaticano (RV) - A paz e a justiça, a luta contra a corrupção, a unidade nacional, a salvaguarda do ambiente e da biodiversidade são questões cruciais para as regiões que o Papa visitará nos próximos dias. Tudo visto no horizonte da pobreza que Francisco deseja ver de perto e tocar com a mão.

A enviada da Rádio Vaticano ao Quênia, Adriana Masotti, disse que visitou a favela de Kangemi, em torno de Nairóbi e que ficou impressionada quando viu com os seus olhos certas realidades. E esta favela, onde trabalha uma comunidade de padres jesuítas na Paróquia São José Operário, não é nem mesmo a favela mais pobre. Há sete favelas e todas têm as características de proximidade à zona residencial da cidade. Mansões e parques ao lado de barracos construídos com lâminas de madeira. Muitas crianças que sorriem. Kangemi é a favela da amizade onde há mais tranquilidade em relação às outras favelas; ali há também lojas improvisadas.

“A visita do Papa já produziu algum efeito na cidade – disse a nossa enviada: foi arrumada a rua que conduz à igreja, melhorou a iluminação das ruas e portanto, também a iluminação do bairro”. Sobre as medidas de segurança no país declara: “os bispos dizem que estão serenos. É o governo que convidou o Papa e, portanto, tem a responsabilidade de garantir a sua segurança. Os controles são muitos, embora o povo tenha medo de outros ataques”.

“Em todos os três países que o Papa irá visitar a comunidade cristã irá receber energia desta Viagem Apostólica”, disse Raffaello Zordan, jornalista da redação de Nigrizia, a revista mensal dos Padres Combonianos, que introduz às realidades mais problemáticas de Uganda e da República Centro-Africana. “Em Uganda, 47% da população é católica. É um país mantido com punho de ferro, e está dando uma mão ao presidente do Sudão do Sul, que enfrentou a guerra civil da qual sabemos o resultado. O Papa, entretanto, vai encontrar um país tranquilo. A sua visita, e o fato de ser um embaixador da paz e da misericórdia, certamente farão bem seja ao governo seja à oposição. “Recordar o modo terrível com que morreram os mártires ugandeses entre 1885 e 1887, dá ideia de que estamos em um país onde o cristianismo tem a sua própria força e uma sua coesão interna muito significativa. Certamente, daqui, a ser capaz de dar uma transformação a toda a sociedade, não é um caminho simples”, afirma Zordan.

A República Centro-Africana é a etapa mais delicada. O Papa sabe bem que a segurança pode estar em toda parte e em lugar nenhum (ele não vai usar colete à prova de balas e o seu automóvel não será blindado). Ele escolheu ir ali, e vai, ponto final. Vai abrir a Porta Santa na Catedral de Bangui, a capital. O problema não é tanto a segurança, é que naquele país existem situações complicadas, e os conflitos falam de uma nação que nunca foi soberana. Esta é a questão central. Há um governo de transição que trabalha nesta direção, mas não está fácil. O Papa vai visitar um país que se encontra nesta situação de emergência, mas devemos explicar que a situação de emergência deve ser vista no âmbito deste cenário. (SP)








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