2015-11-23 12:16:00

A Semana do Papa de 16 a 22 de novembro


Pecadores às portas do Jubileu

Nesta semana destaque para a audiência geral de quarta-feira, dia 18 de novembro, na qual o Papa Francisco propôs uma catequese sobre a atitude que os cristãos devem ter neste tempo de início do Jubileu da Misericórdia que começa no dia 8 de dezembro.

O Santo Padre apelou para que não existam portas blindadas, mas sim portas abertas numa Igreja que é a porteira da Casa do Senhor e não a patroa. O Santo Padre começou por sublinhar que todos somos pecadores:

“Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam… Todos somos pecadores! Aproveitemos deste momento que vem e passemos o limiar desta misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de esperar-nos! Olha-nos, está sempre ao nosso lado. Coragem! Entremos por esta porta!”

Portas abertas e não blindadas

O Papa Francisco afirmou que existem lugares no mundo onde nunca se fecham as portas à chave, mas há tantos outros onde se tornou normal ter as portas blindadas.

A este propósito, o Santo Padre frisou que “o Jubileu significa a grande porta da Misericórdia de Deus mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar entrar o Senhor ou tantas vezes deixar sair o Senhor, prisioneiro das nossas estruturas e do nosso egoísmo”.

“Uma Igreja sem hospitalidade, assim como uma família fechada em si mesma, mortifica o Evangelho e desertifica o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja! Tudo aberto!” – afirmou o Papa Francisco.

Igreja é porteira e não patroa

É a “gestão simbólica das portas“ – continuou o Santo Padre – a gestão simbólica das “passagens” e das “fronteiras” que se tornou num assunto crucial. Uma Igreja inospitaleira, tal como uma família fechada em si mesma, atraiçoa o Evangelho e desertifica o mundo – declarou o Papa que afirmou que os cristãos são os guardiões e os servos da Porta de Deus que é Jesus.

Se o guardião ouve a voz de Jesus, então abre e faz entrar as ovelhas todas que Ele traz, incluindo as que se extraviaram nos bosques e que o bom Pastor procurou até encontrar e trouxe aos ombros para o redil. Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. “A Igreja é a porteira da casa do Senhor e não a patroa da Casa do Senhor” – declarou o Papa Francisco.

Jubileu no caminho da paz

Quinta-feira, 19 de novembro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que o mundo está em guerra e Jesus chora porque o mundo não fez o caminho da paz.

Partindo do Evangelho de S. Lucas que nos conta o momento em que Jesus avista Jerusalém e chora por aquela cidade, o Santo Padre afirmou que também hoje há razões para Jesus chorar porque “o mundo continua a fazer a guerra” e por essa razão o “mundo não compreendeu o caminho da paz”.

Em particular, o Papa Francisco concretizou a sua homilia nas recentes comemorações da Segunda Guerra Mundial e as bombas de Hiroshima e Nagasaki, classificando-as como “tragédias inúteis” e interrogou-se sobre o que é que fica de uma guerra.

“Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos mortos inocentes e tanto dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas”, são as consequências das guerras, que o Santo Padre recordou na sua homilia não deixando de lembrar a palavra “malditos” para aqueles que fazem a guerra e a de “benditos” para aqueles que promovem a paz. E nos tempos de hoje a guerra “não tem justificação” – disse o Papa – e “Jesus chora”.

“Vai-nos fazer bem pedir a graça do choro, por este mundo que não reconhece o caminho da paz” – observou o Santo Padre que concluiu a sua homilia pedindo a conversão dos corações e fazendo votos para que, no limiar do Jubileu da Misericórdia, o “nosso júbilo” e a “nossa alegria” permitam que o mundo receba a graça de reencontrar a capacidade de “chorar pelos seus crimes”.

Cristãos apegados a Jesus e não ao poder

Na sexta-feira, 20 de novembro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco exortou os cristãos a não serem apegados ao dinheiro e ao poder mas à Palavra de Jesus.

“Sempre há na Igreja a tentação da corrupção. É quando a Igreja, em vez de ser apegada à fidelidade ao Senhor Jesus, ao Senhor da paz, da alegria, da salvação, quando em vez de fazer isto, é apegada ao dinheiro e ao poder. Isso acontece aqui, neste Evangelho. Estes são os chefes dos sacerdotes, estes escribas eram apegados ao dinheiro, ao poder e esqueceram o espírito. E para se justificarem e dizer que eram justos, que eram bons, trocaram o espírito de liberdade do Senhor pela rigidez. E Jesus, no capítulo 23 de Mateus, fala desta rigidez.”

“Jesus não expulsava do Templo os sacerdotes e os escribas” – explicou o Papa – mas sim os vendedores, aqueles que faziam negócios. Mas uns estavam ligados aos outros pois eram pagas ‘comissões’ por tal comércio no Templo. Os sacerdotes e os escribas estavam apegados ao dinheiro e ao poder e por isso tentavam matar Jesus – frisou o Santo Padre – pois a força de Jesus era a sua palavra, o seu testemunho, o seu amor.

Na conclusão da sua homilia o Papa Francisco afirmou que onde está Jesus, não há lugar para a mundanidade, não há lugar para a corrupção! “Não é possível servir a Deus e ao dinheiro; servir a Deus e ao poder”.

Sacerdotes não são profissionais de pastoral

Também na sexta-feira dia 20 de novembro falando aos sacerdotes que participaram num encontro promovido pela Congregação para o Clero, nos 50 anos do documentos conciliares Optatam Totius e Presbyterorum Ordinis dedicados à formação e ministérios dos sacerdotes, o Papa Francisco pediu aos sacerdotes para viverem no meio do povo não como profissionais da pastoral e da evangelização mas como pais e irmãos.

Precisamente, sobre a vocação sacerdotal o Papa Francisco considerou fundamental o papel da família e sublinhou a dimensão essencial do povo na vida de um padre. Porque este foi “escolhido de entre os homens” para o serviço “em favor dos homens” e para “estar no meio dos homens”, no meio do povo – salientou o Santo Padre.

Rezar pela Viagem a África

No Angelus deste domingo o Papa Francisco pediu orações para a sua Viagem Apostólica a África:

“Quarta-feira próxima iniciarei a viagem à África, para visitar o Quénia, o Uganda e a República Centro-Africana. Peço a todos vós para rezardes por esta viagem, a fim de que para todos esses queridos irmãos, e também para mim, seja um sinal de proximidade e de amor. Peçamos juntos a Nossa Senhora para abençoar estas queridas terras, a fim de que haja nelas paz e prosperidade.”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 16 a 22 de novembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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