Papa: superar comportamento que descarta quem não é eficiente


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (19/11), no Vaticano, os participantes da 30ª Conferência internacional promovida pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde sobre o tema “A cultura da saúde e do acolhimento a serviço do homem e do planeta”. O encontro teve início esta quinta-feira e prossegue até o próximo dia 21.

“Muitas são as questões que serão abordadas neste encontro anual, que marca os trinta anos de atividade do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde e coincide com o vigésimo aniversário de publicação da Carta encíclica Evangelium vitae de São João Paulo II”, disse Francisco.

“Na Evangelium vitae encontramos os elementos que compõem a cultura da saúde: acolhimento, compaixão, compreensão e perdão. São comportamentos habituais de Jesus em relação à multidão de pessoas carentes que se aproximava Dele todos os dias: doentes, pecadores, endemoniados, marginalizados, pobres e estrangeiros.”

“Esses comportamentos a encíclica chama de ‘exigências positivas’ do mandamento sobre a inviolabilidade da vida, que com Jesus se manifestam em toda a sua amplitude e profundidade, e que ainda hoje podem, aliás, devem marcar a Pastoral da Saúde”, frisou ainda o Papa.

“Esta proximidade ao outro – proximidade séria e não finta – até senti-lo como alguém que me pertence – também o inimigo me pertence como irmão –, supera toda barreira de nacionalidade, camada social e religião, como nos ensina o Bom samaritano. Vai além daquela cultura, no sentido negativo, segundo a qual seja nos países ricos seja nos pobres, os seres humanos são aceitos ou rejeitados segundo critérios utilitários, sobretudo de utilidade social ou econômica.”

“Esta mentalidade é um parente do ‘medicamento dos desejos’:

“Um costume cada vez mais difundido nos países ricos, caracterizado pela busca a todo custo da perfeição física, na ilusão da juventude eterna; um costume que induz a descartar ou marginalizar quem não é eficiente, quem é visto como um peso, um incômodo, ou que simplesmente é feio.”

O fazer-se próximo comporta também assumir a nossa responsabilidade para com a criação e a casa comum. “É preciso educar ao custodiar e administrar a criação como dom, entregue à responsabilidade de cada geração.

Esta conversão do coração ao evangelho da criação pede que sejamos intérpretes do grito pela dignidade humana que se eleva sobretudo dos pobres e excluídos, como muitas vezes são as pessoas doentes e sofredoras”, disse ainda o Papa.

“Na iminência do Jubileu da Misericórdia, que este grito possa ecoar em nossos corações e no exercício das obras de misericórdia, corporal e espiritual. Que possamos acolher o dom da graça de Deus e nos tornar canais e testemunhas da misericórdia”, concluiu o Pontífice.

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(MJ)








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