2015-11-19 13:30:00

Empenhar energias na promoção e renovação da identidade do sacerdote


Decorre na Universidade Urbaniana de Roma um Seminário promovido pela Congregação para o Clero  sob o tema “Uma vocação, uma formação, uma missão. O caminho do discipulado do presbítero no 50° aniversário da Optatam Totius e da Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II.

No seu discurso de abertura o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin sublinhou que o Seminário quer celebrar o Concilio dedicando-lhe estes dois documentos  que ofereceram à Igreja uma preciosa contribuição sobre a vocação sacerdotal e a identidade e missão dos sacerdotes.

A propósito do tema do Seminário o Cardeal reiterou a necessidade de reler juntos o que os Padres conciliares nos deixaram para aprofundar o tesouro destas "pérolas" da formação sacerdotal à luz da história que estamos a viver hoje. Na verdade, disse Parolin, o discernimento deve saber combinar a importância da memória com a imprescindível exigência da profecia para o momento presente.

Contudo, reconheceu o Card. Parolin, são tantos hoje os desafios e as mudanças que a Igreja deve enfrentar e, em particular, os seus pastores: a sociedade e a cultura, em permanente evolução, levaram a Igreja a fazer-se intérprete atenta dos "sinais dos tempos", através de novas formas do seu "estar" no mundo. Estes desafios tocam de perto o coração dos sacerdotes e nos convidam a empenhar todas as nossas energias, humanas e pastorais, para apoiar a promoção das vocações e a renovação da identidade do presbítero.

Neste caminho, frisou ainda o Cardeal Parolin, somos encorajados pelos ensinamentos do Papa Francisco, que nos convida a redescobrir a proximidade misericordiosa de Jesus,  Bom Pastor e a disponibilidade ao serviço, até ao dom total de si, tendo traçado o perfil do sacerdote segundo o Papa Francisco:

“ele não é e não deve ser um funcionário das coisas sagradas, um burocrata envolto no narcisismo ou fechado na formalidade, e nem sequer uma espécie de "chefe" que domina o rebanho e se deixa cegar pela "mundanidade espiritual"; pelo contrário, o povo de Deus precisa de homens ungidos pelo Espírito, habitados pela consciência de que ‘a unção não é para se perfumar a si próprio’, mas para sair e anunciar o Evangelho, especialmente entre os pobres e sofredores, partilhando o estilo de Cristo, que se coloca ao serviço da humanidade, lava os pés aos discípulos e oferece gratuitamente a sua vida por todos”

Deste modo, concluiu o Cardeal, a formação como discipulado acompanha toda a vida do ministro ordenado e cobre integralmente toda a sua pessoa, intelectual, humana e espiritualmente. E tanto a formação inicial como a formação permanente são as duas metades de uma única realidade, a vida do discípulo clérigo, enamorado do seu Senhor a quem quer seguir constantemente.

Trata-se, pois, de uma vocação porque a escolha é de Deus; uma formação que envolve e transforma a pessoa desde o início do seu percurso, mantendo-a em discipulado permanente; e, por último, uma missão, porque "toda vocação é para a missão e a missão dos ministros ordenados é a evangelização, em todas as suas formas – concluiu o Cardeal Parolin. (BS)








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