Rota 300, o projeto da CNBB para os jovens


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço dedicado a melhor conhecer as diferentes Comissões Episcopais que compõem a CNBB, vamos continuar a tratar, no nosso programa de hoje, da Comissão Pastoral para a Juventude.

No programa passado, Dom Vilsom Basso, Bispo de Caxias e Presidente da Comissão para a Juventude, nos falou em que consiste a Comissão e seus maiores desafios no trabalho de evangelização com os jovens. Dom Wilsom nos fala agora, sobre como o jovem trabalha hoje com a espiritualidade e também sobre seu grande potencial como agente de transformação social:

"Em primeiro lugar, eu quero repetir uma frase que está nas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para 2015 a 2019. Diz assim: "Uma Igreja sem jovens, é uma Igreja sem presente e sem futuro". Então, é de fundamental importância que a Igreja dê atenção à juventude. E nestas próprias diretrizes há uma parte que coloca claramente que a juventude deve estar envolvida na Igreja, mas deve estar envolvida nos setores da sociedade que promovem a vida, que defendem a vida. Por que? Porque a juventude tem esta capacidade de sonhar, de acreditar, de querer a mudança para melhor, para que as pessoas tenham vida. Por isto, nós acreditamos neste potencial da juventude. Um potencial, que eles possam viver uma espiritualidade profunda, porque há uma sede de Deus, não há dúvida nenhuma. O surgimento de tantas pastorais, de tantos movimentos e novas comunidades. Há uma busca de espiritualidade. Eu, por exemplo, vou a um mosteiro carmelita, das Irmãs Carmelitas em Teresina, e há procura de jovens querendo viver no Carmelo, consagrar sua vida totalmente a Deus por toda a vida. Há uma busca sincera e profunda de espiritualidade e com esta espiritualidade bem fundamentada, ela vai mostrar que o jovem, ele tem que atuar na Igreja, tem que ser agente ativo dentro da Igreja, missionário, seguidor de Jesus, comprometido com a sua comunidade de fé, mas ao mesmo tempo, se é uma espiritualidade bem fundamentada, vai mostrar aquilo que Jesus disse, que é preciso ser sal da terra, é preciso ser luz do mundo, é preciso ser fermento na massa. E o Papa Francisco tem incentivado muito a juventude, a se envolver na Igreja e estar atuando nos meios sociais, para que a sociedade seja mais bonita, que a sociedade favoreça a vida, promova a vida, defenda a vida. Por isto eu volto a repetir: a Igreja no Brasil tem esta consciência clara e assume esta verdade: uma Igreja sem jovens, é uma Igreja sem presente e sem futuro. N nós queremos nossa Igreja viva e atuante hoje e no futuro também".

A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude criou um projeto nacional chamado Rota 300, junto ao Projeto de Aparecida, que celebra os 300 anos de encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba. Este projeto é voltado, quer para os jovens que vivem nas cidades, como para aqueles que vivem no campo, que mesmo sendo realidades diferentes, possuem necessidades e desafios comuns:

"Nós, com este Projeto Rota 300, que é um projeto até 2017, é um projeto que procura unir este trabalho: cidade e campo, respeitando as diferentes realidades, desafios e necessidades. Dentro deste projeto de missão, existe a missão na Amazônia, existe missão em diferentes lugares, como no Maranhão, dioceses que tem as missões juvenis, onde 300, 400, 500 jovens vão passar uma semana em missão. Então em diferentes locais do país a missão acontece, como a própria Pastoral da Juventude Rural vai fazer missões na sua região. Outro elemento que une cidade e campo é a formação de assessores, que é fundamental, pois se não tivermos adultos que apoiem os jovens não tem como evoluir este trabalho. E dentro do Projeto Rota 300, tem um elemento bonito que foi colocado, que é o elemento ecológico. A mãe Maria, a Mãe Aparecida, negra mariama, como se canta nas músicas, ela foi encontrada no Rio Paraíba do Sul. E o Brasil hoje vive também vive em muitos lugares, no próprio país, uma crise hídrica. E o Papa Francisco lança esta Encíclica Laudato Si sobre o cuidado da Mãe Terra e em 2017 no Brasil a Campanha da Fraternidade será também os Biomas, a questão ecológica, a preservação da vida. Então esta vertente ecológica, celebrando os 300 anos da Mãe Aparecida, do encontro que está dentro do Projeto Rota 300, nós acreditamos que seja o Projeto que terá também grande aceitação, porque ele se adapta à cidade, à realidade da cidade, se adapta ao campo - eu me lembro de um jovem que dizia: "É Dom Wilson, é verdade, a água lá na nossa região, ela não chega nos pequenos. Tem lá aquela barragem, serve para alguns, mas não chega a todos os lavradores". Então a temática da água, a temática ecológica, é algo que vai de verdade mexer também com toda a juventude do Brasil se for bem trabalhada. Nós, aqui no Maranhão temos um grande Rio que passa em várias dioceses, o Rio Itapecuru, começa na Diocese de Balsas, passa aqui na Diocese de Caxias, vai passar na Diocese de Coroatá, na Diocese de Brexe e vai dar de beber pro povo de São Luis, da Arquidiocese de São Luis. E qual é a ideia? A ideia é começar uma discussão, e neste ano 2016 até 2017, desencadear um processo de preservação deste Rio todo, para que São Luis tenha água para beber. Então nós vemos que este Projeto Rota 300, ele respeita a diversidade que há em todo o país, e dá a possibilidade, tanto para o jovem da cidade, como do campo, se envolverem em ações concretas, especialmente na missão e na preservação da vida, dos rios, dos mananciais e da ecologia".

 

 








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