Igreja perde o cardeal eslovaco Ján Chriyzostom Korec


Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu sábado (24/10) na Eslováquia, o Cardeal Ján Chriyzostom Korec, jesuíta, figura de relevo na Igreja da ex-Checoslováquia. Tinha 91 anos de idade e era bispo emérito de Nitra. Lutou muito em nome da Igreja pela liberdade e a democracia durante o regime comunista.
Nascido em Bosany, na Diocese de Nitra, em 1924, ingressou na Companhia de Jesus em 1939 e interrompeu os estudos de Filosofia em 1950, na sequência da supressão das ordens religiosas pelo regime comunista.

Aos 27 anos foi ordenado bispo clandestinamente em 1951 por Dom Pavel Hnilica. Trabalhou numa fábrica por nove anos, onde desenvolveu clandestinamente a sua missão de sacerdote e de bispo, até que foi detido em março de 1960. Passou 12 anos na prisão, sob a acusação de traição. Na cadeia encontrou cerca de 200 sacerdotes e 6 bispos.

Foi libertado, gravemente doente, em 1968 durante a Primavera de Praga e pela primeira vez, celebrou a missa em público. Reabilitado em 1969, obteve passaporte e foi para Roma, onde pode conhecer o Papa Paulo VI, um encontro por ele próprio definido “comovente”. Naquela ocasião recebeu oficialmente as insígnias episcopais, 18 anos depois da sua ordenação episcopal, mas só as pôde trazer publicamente em 1989. Depois da sua libertação, trabalhou como gari em Bratislava e como operário na indústria química. A sua reabilitação foi anulada em 1974 e foi de novo condenado a quatro anos de prisão.

Libertado de novo por motivos de saúde, sob o regime comunista Ján Chryzostom Korec ordenou clandestinamente cerca de 120 sacerdotes.

Foi nomeado por João Paulo II bispo de Nitra em 1990 e eleito Presidente da Conferência Episcopal Eslovaca de 1990. Em 1993, foi elevado à dignidade cardinalícia.

Autor de vários livros, entre os quais o célebre “A Noite dos Bárbaros: Memórias da Perseguição Comunista”, traduzido em diversas línguas, não obstante a sua idade avançada e os problemas de saúde, o Cardeal Korec continuou a ser considerado como uma das figuras mais importantes da Eslováquia e uma autoridade moral no país. Em 2014, por ocasião dos seus 90 anos de nascimento, os Correios da Eslováquia dedicaram-lhe um selo comemorativo.

Com a sua morte o Colégio Cardinalício passa a ter 218 cardeais, dos quais 118 eleitores.

(DA/CM)








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