Da Rota da Seda extrair ensinamentos para o presente


Milão (RV) - “Transformar a cultura da violência numa cultura de paz e encontro. Esta é a missão específica das religiões”, disse o subsecretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Pe. Indunil Janakaratne Kodithuwakku Kankanamalage, na abertura do encontro “A Rota da Seda e as Religiões” realizado, no último dia 20, no Pavilhão da KIP International School na Expo de Milão.

Rota da Seda

Promovido pelo Instituto Confúcio da Universidade Católica do Sagrado Coração junto com o Departamento de História, Arqueologia e História da Arte dessa universidade e pelo Institute of World Religions da Academia chinesa de Ciências Sociais, o encontro reuniu estudiosos e especialistas para uma análise histórica do papel das religiões nos antigos impérios da Rota da Seda. 

Alguns desses países, hoje como no passado, se tornaram palco de guerra e terrorismo de fundo religioso que ameaçam a estabilidade e a segurança regional e internacional. A história da Rota da Seda é cheia de profetas de paz e não violência, mas também de senhores da guerra e autocratas ferozes. Dessa história podemos extrair os ensinamentos para o presente”, disse Pe. Indunil.

Diversidade

O desafio atual da relação entre religião e violência está ligado à concepções polarizadas da ‘diversidade’, seja ela cultural, étnica, política, sexual e econômica, alimentadas por alguns grupos que usam a religião para justificar a sua violência contra o ‘diferente’, desumanizando-o. 

Neste contexto emergem dois possíveis papeis da religião: ‘construir pontes’ ou ‘construir muros’ nas relações humanas. “Como força comprometida com o bem e o amor no mundo, a religião pode ser a chave para afirmar uma nova cultura de paz, baseada na não violência, tolerância, compreensão recíproca, solidariedade e solução pacífica dos conflitos. Incentivando vítimas e carnífices a enfrentarem as feridas do passado e promovendo o perdão, a reconciliação e a justiça reparadora, a religião pode contribuir para curar as relações humanas”, sublinhou o subsecretário do dicastério vaticano.

Imperadores iluminados

Pe. Indunil recordou os exemplos de alguns imperadores asiáticos iluminados, dos séculos passados, que souberam evitar guerras sangrentas com o diálogo e a diplomacia, promover a não violência, a tolerância religiosa, a convivência pacífica das religiões e o encontro entre culturas. “As religiões têm um papel importante na promoção da cultura da paz e do encontro. A cultura da violência que afeta hoje várias partes do mundo é o resultado do falimento das religiões e da traição de seus valores e princípios”, concluiu o sacerdote. (MJ)

 

 

 

 








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