2015-10-20 09:49:00

Solmi: não a um Sínodo cosmético. Coleridge: escutar famílias feridas


O Sínodo dos Bispos sobre a Família prosseguiu na manhã desta segunda-feira (19/10) com mais uma sessão de Círculos Menores. Os treze grupos linguísticos trabalham em cima da terceira parte do Instrumentum laboris, dedicada ao tema “A missão da família hoje”. Os relatórios dos Círculos serão apresentados na tarde de terça-feira (20/10).

Entretanto, intervieram na conferência de imprensa do início da semana, ao lado do Pe. Federico Lombardi, o Patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, Dom Mark Benedict Coleridge, arcebispo de Brisbane (Austrália) e Dom Enrico Solmi, bispo de Parma (Itália).

Para Dom Twal, “os padres sinodais provêm de contextos diferentes; os desafios são diferentes e é normal que não estejam de acordo com tudo, mas – ressalvou – existe um ponto comum":

“Todos queremos o bem das famílias: nestas duas semanas de trabalhos sinodais, não houve nenhum aspecto da família que não tenha sido abordado, sempre em busca do melhor para as nossas famílias, entendidas como a família humana, a família religiosa e a família como Igreja total”.

Em relação à questão dos divorciados recasados e do seu acesso ao sacramento da Eucaristia, o Patriarca afirma que “os aspectos sobre este ponto são muitos e ninguém está indiferente a esta situação. Este, porém, é um campo delicado e não se deve generalizar: melhor estudar caso por caso, usando misericórdia, mas sem esquecer a doutrina.

É necessário um diálogo genuíno com os casais irregulares, pois a sua história deve ser ouvida. Dom Coleridge disse que “sem pretender fazer previsões em âmbito doutrinal, pode-se dizer que existem bases para mudanças no ensinamento da Igreja. Em nenhum Círculo foi explicitamente pedido que os recasados sejam readmitidos à comunhão; em alguns foi solicitado um gesto de misericórdia do Papa durante o Jubileu”.

Dom Solmi, bispo de Parma, afirma que “sentiu o clima de universalidade da Igreja”: “Vir a Roma, encontrar o mundo, ter uma visão menos ocidental e menos fechada do matrimónio e da família, porque na Sala do Sínodo chegam todas as famílias do mundo com as suas especificidades, suas temáticas, seus problemas e às vezes também o conjunto de valores e atenções quase sempre esquecidos no nosso mundo ocidental”.

Sobre os caminhos penitenciais propostos para os divorciados recasados, o bispo reitera a importância que a Igreja acompanhe as pessoas com dificuldades principalmente com o discernimento, conscientes que o perdão de Deus vai além da mediação da própria Igreja. Dom Solmi termina fazendo votos que o Sínodo seja realmente influente:

“Penso e espero que o Sínodo não seja um ‘cosmético’, mas que incida na vida da Igreja, colocando a família no lugar que lhe compete na Igreja. Espero que isso possa se tornar um sinal forte para a nossa sociedade e os países que frequentemente se esquecem das famílias”. (BS/CM)








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