Reencontros entre famílias separadas coreanas tem início hoje


Seul (RV) – Uma forte emoção caracterizou o reencontro de centenas de famílias separadas na Coreia. De fato, uma das últimas barreiras da Guerra Fria, construída na Coreia após o conflito de 1953, dará uma trégua ao menos por uma semana. A fronteira entre o Norte e o Sul, estabelecida há 62 anos, será suspensa graças ao Acordo estabelecido no início de setembro em Panmunjom, entre as delegações da Cruz Vermelha das duas Coreias.

Esta terça-feira (20), de fato, 389 pessoas, a maior parte delas sul-coreanas, puderam abraçar novamente em Sokcho, na Província de Gangwon, seus familiares que vivem acima do Paralelo 38, que marca a separação entre o Norte e o Sul. Uma longa espera, caracterizada também por um encontro de preparação preventiva que indicou o modo como comportar-se após cruzar a fronteira. Para os deficientes, a Cruz Vermelha disponibilizou 34 cadeiras de roda e fixou um calendário rígido para os encontros que se realizam no Hanwha Resort, sobre o Monte Kungang, ao longo da costa oriental.

A primeira leva, até a quinta-feira, terá a participação de seis grupos rigorosamente controlados. São permitidos também encontros individuais, quando solicitados. Uma associação de empresas do complexo industrial de Kaesong doou 31,2 milhões de Won (pouco mais de 24 mil euros), além de roupas e gêneros de primeira necessidade às famílias mais necessitadas. O staff que acompanha os sul coreanos é formado por 114 pessoas. Com eles também 29 jornalistas. 

Eram tantos os temores expressos nos dias passados pelas próprias famílias que o Norte está avaliando a possibilidade de suspender os encontros após o discurso da Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, pronunciado na Assembleia Geral das Nações Unidas. La Park havia exortado Pyonggyang a escolher a via da “abertura” ao invés da “provocação”.

Atualmente são cerca de 130 mil os sul-coreanos registrados no banco de dados governamentais que têm familiares no outro lado da fronteira. A metade deles estão desaparecidos; 66 mil esperam para rever seus entes queridos.

Desde o primeiro encontro de cúpula de 2000, as famílias tiveram a possibilidade de encontrarem-se em 19 oportunidades, enquanto em outras sete ocasiões puderam falar através de vídeo. (JE)

 

 








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