Sínodo: transmitir a vida de maneira responsável


Cidade do Vaticano (RV) – O Sínodo dos Bispos sobre a família entra esta semana em sua reta final. Nesta segunda-feira (19/10), os padres sinodais se reúnem em círculos menores para continuar o debate sobre a terceira parte do Instrumento de Trabalho. Os participantes brasileiros concordaram uma linha de ação, ficando cada qual com um tema a aprofundar, como nos explica o Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília (DF):

“Nós que somos delegados da Conferência Episcopal, que fomos escolhidos pelos bispos do Brasil, mas também os outros que foram nomeados pelo Santo Padre, temos procurado estar o máximo possível em sintonia com aquilo que tem sido a caminhada pastoral da Igreja no Brasil. Procuramos estar em sintonia com a riqueza tão grande de experiências no campo da pastoral, mas sobretudo trazemos o sentido do próprio episcopado brasileiro. Nós já nos reunimos antes do Sínodo para poder pensar juntos qual seriam os temas que daríamos mais atenção e até mesmo o que cada um está colocando. Nós procuramos fazer isso de comum acordo para evitar repetição, sobretudo. Nós estamos trabalhando as três partes e cada bispo ficou com um dos temas. Naturalmente não temos como trabalhar todos os temas, e não significa que outros temas não sejam importantes.”

Nesta terceira parte, o tema trabalhado e apresentado em plenário e nos círculos menores por Dom Sérgio da Rocha é o da generatividade responsável:

“Tenho insistido num aspecto que deve ser mais considerado por todos nós que é o da generatividade responsável. Isto é, a transmissão responsável da vida. Este é um dos temas mais importantes certamente e merece atenção na reflexão e na ação pastoral. Temos insistido na importância de retomar os documentos da Igreja, de modo especial a Gaudium et Spes e a Humanae Vitae, mas também a contribuição de outros pronunciamentos da nossa Igreja a respeito do tema, sempre destacando primeiramente a beleza da fecundidade matrimonial. Nossa maneira de tratar este assunto deve ser sempre positiva, entendendo a fecundidade matrimonial como parte integrante do amor conjugal. Nós temos destacado primeiramente a importância do casal assumir juntos esta tarefa da transmissão responsável da vida. Não é apenas responsabilidade de um, mas de ambos, de comum acordo com esforço comum. Também a importância da abertura incondicional à vida, isto é, a abertura do casal à vida precede e orienta a escolha dos métodos. Este é um aspecto a ser muito valorizado hoje, para não se entender essa questão de uma forma calculista, isto é, pelo caminho mais cômodo ou mais fácil. A abertura à vida precede, ilumina e orienta as escolhas do casal. Em tudo isso seja realizado aquilo que é a essência do próprio matrimônio de acordo com a Gaudium et Spes: íntima comunidade de vida e de amor conjugal, que no exercício da paternidade e da maternidade responsáveis o casal possa de fato realizar cada vez mais esta íntima comunidade de vida e de amor. E isso deve ser considerado atentamente no trabalho pastoral. Não apenas na preparação para o matrimônio, mas também no acompanhamento e na orientação dos casais é muito importante que este tema continue a ser abordado de maneira mais aprofundada possível e no diálogo com os próprios casais.”

(BF)








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