Sínodo: "Acompanhar, amar e perdoar recasados"


Cidade do Vaticano (RV) – Na abertura da nona Congregação geral, quarta-feira (14/10), o Papa informou aos padres sinodais que no final da audiência geral daquela manhã muitas pessoas lhe referiram que estavam rezando pelo Sínodo. Francisco disse que esta oração comum ‘é um fato muito bonito’. Em seguida, os trabalhos continuaram com pronunciamentos dos participantes a respeito da terceira parte do Instrumento, dedicada à missão da família hoje.

De modo especial, o debate foi norteado na questão da admissão aos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia para os divorciados recasados. Em alguns casos, foi dito que os sacramentos poderiam ser concedidos a quem tem consciência de que vive no pecado e tem vontade de não pecar mais. Esta concessão pode ocorrer segundo três critérios: discernimento caso por caso; comportamento exemplar dos fiéis (segundo o ‘caminho penitencial’); aproximação aos sacramentos somente nos casos de celebrações particularmente importantes. Em outros casos, foi reiterado que a Igreja não exclui ninguém e que Cristo não veio para os saudáveis, mas para os doentes. Consequentemente, os divorciados recasados devem ser acompanhados, amados e perdoados, porque fazem parte da Igreja e são membros do Corpo de Cristo. Portanto, é natural que possam receber a Eucaristia. 

Outros ainda sugeriram que a interpretação do direito canônico a este respeito não deve ser excessivamente rígida. Às vezes se esquece que a Eucaristia tem um valor antes de tudo salvífico para a alma do homem. Sendo assim, deseja-se uma pastoral mais adequada, que reforce e não enfraqueça a doutrina, partindo do pressuposto que a verdade é o encontro com Cristo-Pessoa e que falar dos sacramentos com instrumentos exclusivos para receber a graça torna difícil a proximidade com quem viveu um fracasso ou com quem não crê. O importante, porém, é que a Igreja não crie ilusões. 

Voltou-se a refletir sobre a necessidade de preparar adequadamente os jovens ao matrimônio, com atenção especial à sua fé, porque a sua ausência pode representar a nulidade do vínculo. A formação adequada às núpcias também permite evitar divórcios, sempre mais frequentes. 

O tema do acompanhamento de quem já fracassou retornou ao debate: muitos sublinharam que é responsabilidade da Igreja ir ao encontro das famílias feridas, anunciando a elas, com coragem, o amor de Deus e o caminho a seguir. 

(CM)

 








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