Sínodo. D. Francisco Chimoio: contribuição da Igreja em África

Qual contribuição de África neste Sínodo sobre a família? É a pergunta que fizemos ao arcebispo de Maputo, Moçambique, D. Francisco Chimoio que, em declarações à RV, citou o ‘documento de Acra, elaborado pelos Bispos do SCEAM em preparação ao Sínodo.

A seguir extractos da entrevista com D. Chimoio:

 

[De facto é uma grande contribuição. Estamos de várias dioceses de África que viemos tomar parte nesta grande Assembleia.

Há um documento muito importante que foi elaborado em Acra (Ghana) quando o SCEAM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) se reuniu, em preparação ao Sínodo, intitulado: “A missão e o futuro da família em África”. É um documento-base que diz também aquilo que vivemos e fizemos em preparação para este Sínodo. Aí está, de facto, a alma africana bem alicerçada. Com esta reflexão de Acra queremos dar aos Padres Sinodais aquela nossa maneira de trabalhar, de viver e anunciar a Palavra de Deus. E não é por acaso que o Santo Padre por três vezes disse que a África era o ‘pulão da Igreja (humanidade)’ – um estímulo e um reconhecimento do trabalho que está a ser feito.

Então, neste Sínodo diremos bem alto aquilo que estamos a viver, sem fazer competição com ninguém, mas queremos viver a nossa fé com os meios que esto ao nosso alcance.

Pontos principais do ‘Documento de Acra’:

Pedido aos governos, sobretudo os de fora, que quando fazem contractos não obriguem aos nossos governos a assinar contractos de coisas que nos hão-de comprometer;
Haja honestidade da parte dos nossos governantes e dos outros governantes
África não deve ser um lugar onde, dia após dia, as pessoas vêm experimentar as suas técnicas, e nos deixam em más condições;
Recursos do continente devem beneficiar os africanos. Haja grande transparência, um esforço de deixar-nos com as nossas riquezas e respeito pelos recursos naturais;
As ajudas que vêm de fora não devem amarrar-nos as mãos, relegando-nos a um novo colonialismo.] (BS)