No Sínodo, termina a fase ‘ver’


Cidade do Vaticano (RV) – Participam do Sínodo 183 bispos escolhidos pelas Conferências Episcopais de cada país, 42 por inerência de funções e 45 nomeados diretamente pelo Papa. A Europa é o continente mais representado, com 107 bispos. A América tem 64, a África 54, a Ásia 36 e a Oceania nove. Também assistem algumas sessões os 24 especialistas convidados, os 51 auditores, os 14 delegados e as 18 famílias chamadas. 

Um dos participantes brasileiros é Dom Giancarlo Petrini, bispo de Camaçari, na Bahia, que até abril deste ano foi o Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Para o bispo, o Sínodo é uma boa oportunidade para mostrar a beleza da família e do amor humano vivido em Cristo:


“Terminamos a primeira parte. O ponto de trabalho fundamental é o Instrumentum Laboris, que corresponde um pouco à visão da realidade a respeito da família, o clássico ‘ver’, depois o ‘julgar’ que é um pouco a luz do Evangelho, a luz de Cristo sobre a realidade da família (portanto, a vocação e a missão da família no mundo contemporâneo), e a terceira parte, que serão as questões mais pastorais, concretas – que correspondem ao ‘agir’. Nesta primeira parte, fizemos muitos acréscimos, reformas dos parágrafos do Instrumentum. Tem sido um trabalho muito bonito, num clima de grande fraternidade e concórdia. É claro que pouco a pouco vamos chegar às questões mais delicadas e certamente o Sínodo que acontece lá na Sala é diferente daquilo que às vezes é percebido pelos meios de comunicação que parecem se fixar obsessivamente em um dois pontos, como se ali se jogasse toda a sabedoria da Igreja, etc". 

"Eu acredito que uma das coisas mais importantes é utilizar bem esta oportunidade para que a família possa resplandecer em sua beleza. Durante décadas nós falhamos no sentido que recordar os deveres, as responsabilidades, os sacrifícios necessários, os preceitos a serem observados... somente os aspectos ‘de peso’. Muita gente chega à conclusão que “a família deve até ser uma coisa boa, mas pesada demais; eu não quero para mim”. Muitos jovens pensam assim nos dias de hoje. Nós falhamos no sentido que perdemos muito tempo sem mostrar a beleza do amor humano vivido em Cristo; a fidelidade pode constituir um sacrifício, mas é uma coisa bonita que um homem seja sempre fiel à sua esposa e a seus filhos e vice-versa. Não é somente um peso, é uma riqueza de uma humanidade que pode ser vivida. E assim a maternidade, a paternidade, toda a vida da família pode ser compreendida como uma beleza que exige, evidentemente, porque tudo o que é grande exige... até para ser um grande esportista há exigências – quanto mais para poder cultivar uma flor tão delicada como é a família durante a vida inteira, para que ela não seja estraçalhada, pisoteada”. 

(CM)








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